Apesar da notícia veiculada pela Folha de S. Paulo e propagada nas redes sociais, a reestruturação das escolas não foi suspensa. Em audiência pública realizada nessa quinta- feira (19/11) no Tribunal de Justiça, o secretário de educação, Herman Voorwald, anunciou um proposta para desmobilizar as ocupações das escolas contrárias à reorganização — até o momento, são pelo menos 74 instituições ocupadas em todo o Estado.
De acordo com o proposto pelo secretário, os estudantes deveriam desocupar as escolas e em 48 horas receberiam material informativo sobre a reestruturação. A partir de então, seriam iniciados debates nas comunidades, entre professores, alunos, pais, associações e conselhos. A proposta original da Secretaria prevê o fechamento de 94 unidades.
Quando questionado pelas entidades estudantis presentes à audiência se a reestruturação estava suspensa até um consenso da base popular, Voorwald respondeu de forma evasiva: “As escolas devem enviar uma contraproposta para as diretorias de ensino e iremos avaliar se é viável. Depois vamos ver como será.”
Angela Meyer, presidenta da UPES (União Paulista dos Estudantes Secundaristas) , vê a proposta do governo como uma tentativa de desmobilizar o movimento de resistência à reestruturação da rede.
“Não devemos abandonar nenhuma escola e sim ampliar as ocupações. Essa proposta de debates com a base fizemos no dia 6 de outubro, quando foi anunciada as mudanças nas escolas. Agora, ele quer que as discussões sejam feitas em um mês”, avalia Angela.
Camila Lanes, presidenta da UBES ( União Brasileira dos Estudantes Secundarista), considera que as ocupações devem continuar até a revogação da reformulação da rede. “Conseguimos reverter as medidas de reintegração de posse até segunda-feira, e nossa meta é chegar a 100 escolas ocupadas nesse final de semana. O secretario irá apresentar uma contraproposta às reivindicações dos estudantes”, afirma.
A defensora pública Daniela Skromov, após reunião com estudantes, apresentou as propostas do movimento estudantil para a reestruturação. Entra elas, estão mais um ano de debates e audiências públicas sobre as mudanças na rede, nenhum fechamento de escolas e que não haja punição de professores, estudantes e apoiadores do movimento.
Durante o final de semana, o secretario irá reunir-se com suas correligionários e, segundo a defensora, irá marcar uma nova reunião, sem definição se será pública ou fechada.