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Eleição de grêmio do colégio Elefante Branco (DF) relembra Honestino e sua luta pela democracia

Em data que marca 51 anos do golpe militar, debate para eleição do grêmio estudantil relembra a luta pela liberdade

Em debate acalorado no Centro de Ensino Médio Elefante Branco para discutir as propostas das chapas que disputam o grêmio estudantil, nessa terça-feira (31/03), os estudantes estiveram reunidos para pautar as principais demandas da escola. Na oportunidade, os secundaristas lembraram a figura de Honestino Guimarães, ex-presidente do grêmio estudantil e símbolo da luta da juventude contra a ditadura militar que completa 51 anos na mesma data.

A mesa foi formada pela tesoureira da União dos Estudantes Secundaristas do Distrito Federal (UESDF), Glória Silva, a diretora da UBES regional, Jéssica Lawane e por representantes das chapas concorrentes, sendo chapa 1 “Somos Voz e chapa 2 “Nós temos um sonho”.

Com salva de palmas e palavras de ordem, entre as intervenções, a diretora da UBES, Jéssica Lawane relembrou a data de 31 de março de 1964, quando as manobras militares tiveram início no Brasil, fazendo referência à liderança estudantil que enfrentou a repressão.

“Honestino Guimarães foi o caro que fundou o grêmio estudantil do Elefante Branco, disputou as eleições com Collor [ex-presidente do país] e ganhou. Anos depois, quando presidia a União Nacional dos Estudantes (UNE) foi perseguido pela ditadura militar e preso”, relembrou.

Desaparecido e reconhecido como morto pela ditadura militar, Honestino hoje é homenageado  pelo grêmio estudantil e pelo Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília que levam o seu nome, e também pela UESDF, entidade estudantil na qual foi nomeado presidente de honra.

Grêmio em disputa

O debate único dessa terça-feira deu início à campanha eleitoral que segue até o próximo dia 7 de abril, para quando está prevista a eleição.

A pauta central apresentada pelos estudantes é a precariedade estrutural da escola que nunca passou por reformas (saiba mais aqui). Alguns estudantes denunciaram infiltrações graves em dias de chuva que chegam a impossibilitar a realização da aula. Mais atividades culturais, de integração e a instalação de Wi-Fi na instituição de ensino também foram discutidos.

Pautas nacionais também mobilizaram os estudantes no debate, entre elas a consciência de lutar por uma reforma política e contra a redução da maioridade penal, como comenta Jéssica.

“A juventude precisa que seus direitos básicos sejam atendidos, que possamos ter acesso à cultura, ao lazer, ao esporte e a uma escola democrática e de qualidade”, acrescenta Jéssica sobre a votaçã da CCJ que deu início à tramitação da PEC que reduz a maioridade penal. “Não se trata a consequência de um problema social com medidas exclusivas e que automaticamente condena grande parte da juventude, na sua esmagadora maioria pobre e negra, o nome disso é extermínio, é retrocesso”, disse.

Suevelin Cinti, da Redação.