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EM DEPOIMENTO, ESTUDANTE FALA SOBRE A AÇÃO POLICIAL DO PARANÁ

Após a ação truculenta da polícia militar do estado do Paraná contra os professores, a mando do governador Beto Richa (PSDB), no último dia 29 de abril, quando mais de 200 pessoas ficaram feridas, o estudante Walison Patrick,​ que estava presente no ataque,relata como foi a situação.

Greve da educação, dia 29 de abril “nossas armas são argumentos”

Momentos antes da polícia militar começar o massacre, eu estava localizado bem à frente, junto com vários companheiros e companheiras educadores e servidores públicos. A mascara que cobria meu rosto para proteger do gás lacrimogêneo e do spray de pimenta foi improvisada com uma bandeira da APP – Sindicato de Apucarana, consegui permanecer caminhando com ela durante cerca de 30 minutos, após esse período comecei a passar muito mal, era muito gás, muitas bombas, o barulho ensurdecedor, meu olhos queimavam como se estivessem sobre a brasa quente, minha respiração parava por alguns segundos, parecendo uma parada respiratória, corri desorientado, vomitei.

Momentos depois, após me recuperar um pouco, gravei um vídeo e fui para o Tremendão, lá de cima do carro de som pude ver melhor o massacre, era uma situação de guerra que acontecia na praça. Em baixo das árvores não se enxergava nada, estava tudo coberto por fumaça devido as bombas que caiam do helicóptero, em terra a tropa de choque com o camburão, começamos então a recuar e a tropa de choque a avançar, as bombas eram constantes, os dirigente de cima do carro de som clamavam ao comandante da pm: “Por favor, senhor comandante já recuamos, por favor, pare de jogar bombas!”.

Durante quase duas horas a tropa de choque e os policias militares continuaram a avançar (menos 17 deles que se recusaram a fazer parte daquele cenário de guerra), nossas únicas “armas” eram os argumentos e as deles tiros de borracha, cassetetes, chutes, cachorros, bombas de gás lacrimogêneo e um helicóptero. A tropa era de 3 mil policiais, mas por inúmeras vezes eu achei que fosse muito mais, sem contar os que ficaram a paisana.

Durante todo o bombardeio, os/as dirigentes sindicais da APP clamavam, imploravam ao comandante da pm que socorresse os feridos, tentávamos chegar próximo aos homens, mulheres, idosos e estudantes feridos e a policia reagia com mais bombas, impossibilitando o socorro aos nossos companheiros e companheiras. Foram cenas horríveis.

Não se esqueçam quem é Beto Richa (PSDB), atual governador do Paraná, Ademar Traiano, presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) e o Secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, todos eles e os deputados que aprovaram o projeto que altera o ParanáPrevidência são os verdadeiros responsáveis por esse massacre!

Meu nome é Walison Patryk, militante político e das causas populares, dirigente da UBES.