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EM LUTA, 100 MIL MULHERES COLOREM BRASÍLIA

Ato marca unidade e força da Marcha das Margaridas em defesa do desenvolvimento sustentável com democracia, justiça, autonomia, igualdade e liberdade

Com 100 mil mulheres ocupando as ruas de Brasília (DF), aconteceu nesta quarta-feira (12) a 5ª Marcha das Margaridas. Trabalhadoras rurais, lideranças comunitárias e de pastorais, jovens estudantes, dirigentes sindicais, empreendedoras populares e cidadãs do Brasil reivindicaram desenvolvimento centrado na sustentabilidade da vida humana, na defesa da terra e da água como bens comuns, pela realização da reforma agrária, por soberania alimentar e contra a violência.

As secundaristas da UBES também estiveram presentes para pedir políticas públicas que contribuam na construção de um desenvolvimento sustentável com democracia, justiça, autonomia, igualdade e liberdade.

“Foi extremamente emocionante, mostrou cada vez mais a força, a unidade das mulheres e o papel do movimento feminista no campo para podermos reduzir as desigualdades”, declarou a presidenta da UBES, Bárbara Melo.

“Apoiamos a luta das margaridas e nos inserimos na luta das mulheres por mais escolas no campo, creches e assistência estudantil para garantir permanência dessas estudantes nas escolas agrotécnicas, onde não tem alojamento”, completou Bárbara.

MULHERES BRAILEIRAS CONTRA O GOLPE

Neste ano, a organização da marcha incluiu na pauta a defesa da democracia, rechaçando as tentativas de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Aos gritos de “não vai ter golpe”, as manifestantes se reuniram em torno do Congresso Nacional ao fim da passeata.

“A marcha é muito politizada. Demarcou o posicionamento das mulheres brasileiras contra o golpe e a favor de um projeto que tenha mais avanços na agricultura familiar, pelo fim da violência”, ressaltou a presidenta da UBES.

Ao discursar na cerimônia de encerramento da marcha, no Estádio Mané Garrincha, a presidenta Dilma Rousseff falou sobre o compromisso de não deixar que haja recuo nas conquistas democráticas do país. Ela agradeceu o apoio recebido pelas agricultoras, dizendo que juntas elas não vão permitir que “ocorra qualquer retrocesso nas conquistas sociais, democráticas do nosso país”.

DILMA SE COMPROMETE COM PAUTAS

Contemplando os oito eixos temáticos da marcha, as mulheres levantaram bandeiras sobre soberania e segurança alimentar, violência contra a mulher, biodiversidade, agroecologia, autonomia econômica, saúde e educação não sexista. As margaridas entregaram uma carta de reivindicações para a presidenta.

A presidenta se comprometeu com a criação de patrulhas rurais para combater a violência contra a mulher no campo, dizendo que o governo terá “tolerância zero” contra esse tipo de violência. “Faremos parcerias com as forças policiais que atuam em nível local para que as mulheres vítimas de violência sejam assistidas de maneira correta e haja de fato prevenção da violência e do feminicídio”, afirmou.

Durante o evento, a presidenta disse ainda ter assinado decreto com as novas regras do Programa Nacional de Crédito Fundiário, ampliação dos limites de renda familiar anual e dos serviços especializados de atenção à mulher rural, como cursos voltados para a capacitação pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego.

“Até 2018, o Ministério da Educação garantirá 1,2 mil espaços nas escolas para creches. [Haverá também a] conclusão da implantação em escolas rurais existentes para atender crianças prioritariamente de 4 e 5 anos”, finalizou Dilma.

A coordenadora-geral da Marcha das Margaridas, Alessandra Lunas, disse que a marcha não significava um enfrentamento, mas uma luta pelos direitos das trabalhadoras do campo. “Estamos na rua garantindo o não retrocesso do direito das trabalhadoras”, afirmou.

Da Redação
Foto: Jornalistas Livres.