Secundaristas e sindicatos se unem em busca de cobrar justiça aos feridos no Paraná
Após massacre realizado no Paraná, na última quarta-feira (29), em que cerca de 213 professores foram agredidos violentamente pela PM do estado, a mando do governador, Beto Richa (PSDB), estudantes paranaenses realizarão nesta terça-feira (05) um ato pela democracia e contra as agressões aos professores.
A concentração do ato será na Praça 19 de Dezembro, em Curitiba, a partir das 9h, de onde os manifestantes marcharão até o Palácio Iguaçu com objetivo de mostrar sua solidariedade e garantir à todos os feridos seus direitos. “Todos os sindicatos presentes irão buscar judicialmente respostas para que os responsáveis sejam cobrados por seus erros”, afirma a Presidenta da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES), Camila Lanes.
Nunca em toda a história do estado houve tamanha crueldade e negligência para com os servidores públicos. “Há um sentimento de solidariedade espalhado por todo o Brasil e amanhã vamos às ruas para mostrar ao governador Beto Richa e ao Secretário de Segurança Publica Fernando Francischini que mesmo depois de todo o massacre continuamos na luta juntos, e que não serão 31 deputados e 1.300 bombas que nos calarão. Está declarada a guerra e ela é contra a incompetência e irresponsabilidade da atual gestão”, diz Camila.
Ontem, dia 29 de abril de 2015, o Estado do Paraná sofreu mais um atentado contra os/as trabalhadores/as que se manifestavam contra o desmonte que vem sido promovido pelo governador, Beto Richa (PSDB) e suas lideranças dentro da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (ALEP).
O episódio se iniciou em janeiro deste ano, quando o governo do estado encaminhou para votação seu “pacote de maldades”, um projeto de lei que previa, entre outros absurdos, a retirada de dinheiro da ParanaPrevidência (fundo de aposentadoria dos/as servidores/as estaduais) para quitar as dívidas adquiridas pelo desgoverno paranaense e equilibrar seu caixa.
Resistimos/as, e ocupamos a ALEP, mesmo com a presença da Polícia Militar e do Choque, garantimos na pressão que o projeto não fosse votado e retirado da casa de leis. O governador assumiu, então, o compromisso de não encaminhar esse projeto novamente para votação sem previamente debatê-lo com a sociedade, os sindicatos e possíveis prejudicados. Mais uma vez, Beto Richa não honrou seu compromisso e enviou, sem diálogo com a sociedade, a proposta de confisco do fundo da ParanaPrevidência para votação.
Desde o dia 26 de abril o governador, através de seu cão de guarda – o Secretário de Segurança do Paraná, Fernando Francischini –, cercou a ALEP e o Palácio Iguaçu com a Polícia Militar, com direito à presença do Choque, do Bope, da Rotam, da Cavalaria da PM, de cachorros e até de helicóptero. Um aparato policial nunca visto antes na história do Estado do Paraná formou um cordão de isolamento para garantir a aprovação do projeto, apesar do Habeas Corpus Coletivo solicitado pela União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES) garantindo o direito de ir e vir e de livre manifestação no Centro Cívico de Curitiba.
Na tarde de 29 de abril aconteceu o massacre. Tiros de bala de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, que eram jogadas até do helicóptero, spray de pimenta, cassetetes, jatos de água e até atiradores de elite em cima dos prédios. Uma verdadeira cena de filme de guerra em que um lado atacava e outro, desarmado, só podia correr enquanto era massacrado.
Entre professores/as, servidores/as, estudantes e aposentados/as, foram mais de 200 feridos. Um estudante perdeu 50% da audição do ouvido esquerdo. Dentro da ALEP, o deputado Ademar Traiano (PSDB), presidente da casa, dizia: “O que acontece lá fora não é problema nosso, vamos votar”. E, como se não bastasse a violência do lado de fora, o projeto foi aprovado com 31 votos favoráveis e 20 votos contrários. A total falta de respeito e consideração com os trabalhadores do Paraná nos entristece. Repudiamos o trato que os governantes do Paraná têm tido com nossa população.
Os/as trabalhadores não podem pagar, nem com sua integridade física e nem com a perda de seus direitos, pela crise instaurada pela incompetência do governo tucano de Beto Richa. Mas é cada vez mais visível que é este o modo PSDB de governar, pois episódios semelhantes se repetem em estados com governo tucano, como o de São Paulo, do Pará e de Goiás.
Aos/às feridos/as, prestamos também toda nossa solidariedade e agradecimento pela luta travada ontem em nome de todo o povo do Paraná. A UPES não se omitirá diante de tamanho desrespeito com o nosso povo e, a quem possa interessar, seguimos em luta.
União Paranaense dos Estudantes Secundaristas.
Os estudantes da cidade de Sarandi Pr, repudiam as ações de violência física e moral, e o estado de guerra, imposto pela secretaria de segurança do estado, através da Policia Militar.
Em apoio aos professores e estudantes agredidos, defendemos o direito de livre manifestações presente na lei Federal. LEI Nº 7.783, DE 28 DE JUNHO DE 1989. Art. 1º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
Os estudantes, também repudiam o abandono e o sucateamento das escolas públicas do estado do Paraná, que hoje não oferecem nenhuma condição de aprendizado decorrente da falta de investimento, e infraestruturas dos colégios que passam por problemas gravíssimos e coloca em risco a vida de estudantes e servidores.
O dia 29 de abril de 2015, entrará para a História como o dia em que os nossos mestres, foram tratados como se fossem bandidos, porém nem todos os bandidos são tratados com a mesma violência e total desrespeito pela vida. O que esperar dos nossos representantes, se eles sequer respeitam o direito a vida. “Não houve vencidos nem vencedores. Perdeu a democracia do Paraná”.
Estudantes Secundaristas de Sarandi.