Ubes – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas

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MULHERES NA RUA PELA REFORMA POLÍTICA

Diversos movimentos se reuniram em São Paulo pedindo mudanças da estrutura política

O 8 de março tradicionalmente reúne mulheres de todo mundo nas ruas para reivindicar direitos iguais. Em São Paulo, mesmo com chuva, cerca de oito mil pessoas saíram em marcha da Avenida Paulista até a Praça Roosevelt, no centro da cidade. Estudantes, trabalhadoras e trabalhadores, sindicalistas, sem-terras e diversos coletivos integravam a marcha liderada por diversos movimentos feministas como a União Brasileira de Mulheres, Marcha Mundial das Mulheres, Católicas pelo Direito de Decidir entre outros.

A pauta unitária dos movimentos foi pela defesa da democracia, pela água, pelo fim da violência contra a mulher por mais direitos. E temas como a legalização do aborto e equidade salarial também foram lembrados.

A presidenta da UNE, Vic Barros, destacou que a entidade “repudia todos os casos de abuso e violência ocorridos na USP”, e afirmou a necessidade da reforma universitária na luta contra o machismo dentro da universidade. Após várias denúncias de abusos cometidos dentro da maior universidade do país, no início deste ano foi aberta uma CPI para investigar violações de Direitos Humanos na instituição. O relatório deve sair esta semana.

O destaque deste ano no ato das mulheres foi a reivindicação por uma Reforma Política. No discurso de várias lideranças feministas estava a defesa da democracia e a reforma como instrumento para empoderar as mulheres. “Infelizmente, nosso Congresso está cada vez mais conservador, então só com muita mobilização das mulheres de todo o país faremos avançar estas pautas”, destacou a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Vic Barros.

Para Vic, somente com a reforma política vamos garantir a paridade de gênero e conseguir colocar as mulheres nos espaços de decisões de partidos e instituições.

A presidenta da presidenta da UBES, Barbara Melo, destacou o machismo dentro das instituições de ensino. “Somos, sim, as maiores beneficiadas por este governo com várias políticas públicas, mas infelizmente também somos as que mais sofrem com a cultura machista do patriarcado que é aprendida na escola”, lamentou. E continuou: “para conquistar todos os direitos que queremos temos que ser eleitas, não dá mais para sermos apenas eleitoras”.

A presidenta da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Tamara Naiz, também lembrou que na Academia as mulheres mestres recebem 40% a menos que os homens. “A ciência e a tecnologia ainda refletem a desigualdade do nosso país. A ciência é lugar de mulher sim, assim como todos os outros”, ressaltou.

Além do ato em São Paulo, diversas outras cidades realizam protestos de rua, como Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.A presidenta da União Paranaense de Estudantes Secundaristas (UPES), Camila Lanes, também esteve presente no ato das mulheres em São Paulo. Ela destacou a luta das mulheres na greve geral da educação que terminou nesta segunda-feira (09/03) após um mês de paralisação do Paraná. “Cerca de 80% da categoria no Paraná são mulheres. Combater o machismo nas escolas paranaenses é nossa responsabilidade”, afirmou. Camila conta que durante a greve, no acampamento dos professores houve momentos de discussão sobre o assunto em uma frente que a princípio era composta apenas de mulheres e depois acabou se tornando mista. “O machismo está presente dentro das escolas não só no currículo, mas entre docentes e funcionários, homens e mulheres. Conscientizar é preciso”, afirmou.

Cristiane Tada