Em Pernambuco, estudantes ocuparam a frente do Banco Central para deixar claro que não aceitarão nenhum centavo a menos
“Nenhum centavo a menos para educação”. Essa foi uma das palavras de ordem centrais que levaram os estudantes às ruas de Recife (PE), nesta quinta-feira (28), no Dia Nacional de Lutas pela Educação. Com a UBES, UMES, UEP e UNE, os secundaristas ocuparam a frente do Banco Central da capital pernambucana, em repúdio ao corte de verbas de R$ 9 bilhões anunciado na última semana pelo governo federal.
Para a juventude, a educação não pode pagar pela crise financeira. Com o ato, os estudantes deixaram claro que o país que aprovou a vinculação dos royalties do petróleo, metade do fundo social do pré-sal e um PNE com 10% do PIB para a educação, não pode retroceder. Uma das soluções apontada para crise é a taxação de lucro dos bancos, das grandes fortunas e dos impostos sobre a movimentação.
“Somos radicalmente contra o aumento dos juros e o corte de verbas na educação. É o mesmo que cortar os nossos sonhos, o nosso futuro. Por isso, estamos e continuaremos em luta para barrar qualquer retrocesso”, disse a presidenta da UBES, Bárbara Melo.
Em frente ao Banco Central, o presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMES-Recife), Jairo Marques, falou sobre a importância de somar esforços.”Compreendemos que somos um país em desenvolvimento. Cortar R$ 9 bilhões é cortar a perna do desenvolvimento tecnológico e profissional. É cortar também a perna do desenvolvimento social. A dívida não é do povo brasileiro, é dos banqueiros. A pátria educadora não pode pagar por eles, por isso continuaremos nas ruas”, afirmou o líder estudantil.
A professora de sociologia, filosofia e artes no ensino médio, Cristina Farias, acompanhou toda passeata e afirmou que essa não é uma luta só dos estudantes. “Me sinto realizada de ver eles na rua pedindo mais atenção da sociedade para o nosso ensino. Com esse ato, eles estão
ajudando a construir uma sociedade mais humana”, disse.
O ato partiu do Ginásio Pernambucano e seguiu em direção à Assembleia Legislativa, onde os estudantes puxaram palavras de ordem em defesa dos professores que entraram em greve no último mês. Em frente à sede da Polícia Civil, os jovens se manifestaram através de jograis sobre o contra a proposta de redução da maioridade penal.
Suevelin Cinti, de Olinda.