Na próxima quinta-feira (22), estudantes, trabalhadores, movimentos sociais e sindicais realizarão o Dia Nacional de Paralisação e Mobilização. Diversas categorias encamparão pelo país um calendário nacional de manifestações para denunciar a implementação de políticas neoliberais, contra o ataque aos direitos sociais e dos trabalhadores, em defesa da democracia e da soberania nacional, em luta por reformas estruturais e populares.
Por “Nenhum direito a menos”, a UBES, ao lado das principais centrais sindicais do Brasil – CUT, CTB, UGT, Força, NCST, CSP-Conlutas e Intersindical –, e as entidades que formam as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, convoca o movimento estudantil a compor a paralisação que poderá convocar greve geral no país. As ações conjuntas marcam a posição do povo brasileiro contra a reforma trabalhista e da previdência (saiba mais aqui).
A mobilização inclui, durante todo o dia 22, paralisações, atrasos na entrada, assembleias nas portas das empresas, passeatas e manifestações que serão preparatórias para a construção de uma greve geral no país.
“Dia 22 é mais um dia de luta e resistência, vamos ocupar as ruas do país, porque defender a educação e a CLT é defender a democracia e o Brasil”, explica a diretora de Comunicação da UBES, Fabíola Loguercio, alertando para os riscos de projetos conservadores que ameaçam o ensino no país.
“Além do PL da Mordaça, esta semana foi anunciado uma medida provisória de reforma no ensino médio, que à primeira vista parece com o que nós temos lutado, afinal, o ensino médio precisa mudar, mas não nos enganemos. Essa proposta apresentada pelo Ministério da Educação propõe desde a extinção das disciplinas de filosofia e sociologia à uma proposta tecnicista da educação. Queremos uma reforma do ensino médio, mas uma que reconheça a educação pública, laica e de qualidade social, que aborde questões do nosso dia a dia e compreenda os estudantes como agentes transformadores da nossa sociedade”, declara Fabíola.
Na capital paulista, os secundaristas organizarão um dia de paralisação nas escolas da capital com trancamento de instituições de ensino em resistência às lutas encampadas no estado ao lado dos professores.
“Vamos nos incorporar aos movimentos que vão se mobilizar contra Temer e os retrocessos colocados diante do golpe, sobretudo, lutar pela caça aos ladrões da merenda, fazer enfrentamento à reorganização disfarçada que vem fechando salas de aula e escolas, e contra o projeto Escola Sem Partido que tenta calar os estudantes e cercear a escola como espaço de pluralidade e liberdade da juventude”, diz o presidente da UPES, Emerson Santos.
Para os professores, a luta imediata tem os seguintes eixos: além das pautas nacionais, o reajuste salarial emergencial de 16,66% para repor as perdas inflacionárias; contra o PLS 257, que congela salários, proíbe concursos e também limita gastos sociais, entre eles para educação e saúde. A luta também é pela aplicação da jornada do piso e por melhores condições de trabalho, destacando-se a redução do número de estudantes por classe.
Os profissionais da educação iniciarão o debate sobre a greve, tendo em vista a política de reajuste zero implementada pelo governador Geraldo Alckmin, pela qual os profissionais da educação estão há 25 meses sem correção salarial.
QUANDO E ONDE:
-Às 10h, trabalhadores farão concentração na sede Federação das Indústrias do Estado (Fiesp), na Avenida Paulista.
-Às 11h, sindicalistas entregarão à entidade patronal pauta em defesa dos direitos sociais e trabalhistas.
-Às 15h, trabalhadores de várias categorias se reunirão no vão livre do Masp, onde os professores da rede pública estadual estarão em Assembleia Geral.
Estudantes do Instituto Federativo do Rio Grande do Norte, do campus Central e demais unidades da capital, organizarão uma aula pública em frente as instituições de ensino. No período da tarde, acontecerá ato pelo “Fora Temer”.
QUANDO E ONDE:
– Às 13H30, aula pública na Avenida Salgado Filho.
– Às 16h30, ato pelo Fora Temer, com concentração no shopping Via Direta.
Contra o congelamento nos investimentos, em Brasília (DF), a diretora de Movimentos Sociais da UBES, Jéssica Lawane, fala sobre o enfrentamento à PEC 241 que chegou ao Congresso Nacional e pretende congelar o gasto público nos próximos 20 anos, o que afetará diretamente a educação, os trabalhadores e áreas sociais.
“Há muitos meses viemos nos mobilizando. Nesse dia 22 vamos lutar contra a reforma trabalhista que retrocede muitos direitos conquistados em resultado de muita luta. Os estudantes, também vão às ruas contra o novo ajuste fiscal da PEC 241, afinal, o que para o governo é gastos, para nós é investimento. A PEC limita investimento e é um corte. Temos um Plano Nacional de Educação com metas e objetivos, e a PEC 241 faz tudo cair por terra, são retrocessos que não aceitaremos”, afirma.
QUANDO E ONDE: Assembleia Geral, às 9hs, na Praça do Buriti, em Brasília (DF).
Os estudantes, que tem encampado a campanha contra a Lei da Mordaça, irão somar forças também na capital do Tocantins, Palmas, em ato a partir das 16h.
“Em tempos de ascensão da mordaça na educação, de retirada de direitos, entrega de riqueza e ameaça da garantia do direito à educação pública, laica, gratuita e de qualidade social, só nos reta a luta incansável e intensa”, afirma o diretor de Políticas Educacionais, Guilherme Barbosa, citando a reivindicação contra o PL 4567, que propõe a retirada da Petrobras na exclusividade das atividades no pré-sal e ameaça a obrigação da estatal participar, com pelo menos 30%, dos investimentos em todos os consórcios de exploração da camada.
Em Curitiba (PR), haverá greve parcial com aulas de 30 minutos. Em protesto aos Projetos de Lei (PLs) e Projetos de Emenda Constitucional (PECs) na Câmara Federal que limitam gastos com o serviço público e também retiram direitos dos (as) trabalhadores (as), os profissionais da educação paranaenses farão reuniões e vigílias nos escritórios e/ou residências dos (as) deputados(as) federais do Paraná como forma de manifestação.
A APP-Sindicato também aprovou que participará da greve geral nacional contra a retirada de direitos da classe trabalhadora em nível nacional. A educação é entusiasta das palavras de ordem “Fora Richa” e “Fora Temer, Diretas Já”.
Ao lado das pautas da educação, os trabalhadores e centrais sindicais defendem um projeto de desenvolvimento com geração de emprego e distribuição de renda, trabalho decente, aposentadoria digna e a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário.