Se enganou quem pensou que os estudantes, jovens e trabalhadores paulistanos se intimidariam em voltar às ruas após truculência policial realizada nos dois últimos protestos contra o aumento das passagens de metrô, trem e ônibus em São Paulo.
Nesta quinta-feira (14/01), ocorreu o 3º Grande Ato Contra o Aumento da Tarifa na capital paulista, dessa vez a cidade foi palco de duas manifestações simultâneas, uma na região central, junto ao Theatro Municipal e outra na Zona Oeste, no Largo da Batata, em Pinheiros.
“Depois do secretário de Segurança, Alexandre de Moraes, orquestrar uma verdadeira guerra em plena Paulista no ato da última terça, hoje não houve repressão. Mesmo assim, o cenário ainda era de guerra, o aparato descabido da polícia cercou atos pacíficos. Mas nada disso nos intimida, só sairemos das ruas quando o reajuste cair!”, declara a presidenta da UBES, Camila Lanes.
Apesar da tensão policial que cercou os manifestantes desde a concentração com cordões da tropa de choque, força tática e polícia militar, o ato seguiu pacífico, sem qualquer tipo de repressão ou violência. Houve um princípio de tumulto próximo à Avenida Brigadeiro quando se escutou o que parecia ser uma bomba, mas não houve alarde e a manifestação seguiu tranquilamente sentido Avenida Paulista.
Em ambas as concentrações, tanto no Theatro Municipal quanto no Largo da Batata, a PM estava revistando os manifestantes aleatoriamente, obrigando-os a abrirem as mochilas, mas até a finalização desta matéria não houve nenhuma informação de pessoas apreendidas.
De acordo com a Presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES), Ângela Meyer, os jovens e trabalhadores permanecerão nas ruas da capital até que o valor das passagens no transporte público voltem ao valor de R$3,50 e o passe livre irrestrito seja garantido à todas e todos os estudantes brasileiros.
“Contra o aumento da tarifa e pelo passe livre irrestrito. Precisamos acessar a cidade, até mesmo nos finais de semana e sabemos que a tarifa de R$ 3,80 nos impossibilita.
O ato que começou no Theatro Municipal encerrou-se no Vão do Masp, onde ocorreu um jogral que marcou um novo ato para a próxima terça-feira, 19 de janeiro. Já o protesto que teve início no Largo da Batata foi finalizado nas proximidades da estação Butantã do metrô.
BOMBAS NÃO VÃO NOS CALAR
Os dois últimos atos contra o aumento da tarifa em São Paulo, que subiu de R$ 3,50 para R$ 3,80 no sábado (09/01), foram marcados por forte repressão policial. “Mesmo com toda repressão da polícia militar, que tenta acabar com as manifestações, calando a nossa opinião, nós devemos continuar mobilizados até o fim, até que o aumento seja revogado”, declara a presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UPES), Ângela Meyer.