O governo golpista de Michel Temer divulgou, nesta terça-feira (4), as médias nacionais do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2015, excluindo do resultado os dados referentes a 96% dos institutos e centros federais. Das 275 unidades que constavam no ano anterior, apenas 4% estão presentes no resultado atual.
Em artigo de opinião, a diretora de Escolas Técnicas da UBES, Glória Silva, critica a ação do governo de Michel Temer, que tirou do ranking nacional uma parcela considerável de estudantes da rede pública que, coincidentemente, na edição 2014, ocupou o primeiro lugar na colocação nacional. Relembre aqui.
“E nítido ver que ao publicar esse resultado, o governo golpista tenta reforçar a proposta de reformulação usando da justificativa que a educação pública está falida”, denuncia Glória.
A arbitrariedade mobilizou estudantes que ocupavam escolas no Espírito Santo nesta quarta-feira (5), no dia de Mobilização Nacional. Em 2014, o estado ocupou o primeiro lugar no ranking das instituições públicas. O erro repercutiu em manifestações estudantis e em crítica divulgada pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).
Em resposta, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) decidiu processar os resultados dos IF.
Leia artigo na íntegra:
Depois do golpe consolidado no nosso país, Temer e seu projeto de governo golpista e ilegítimo atacou a educação pública logo de primeira. O Ministério da Educação (MEC), representado pelo golpista Mendonça Filho, representa um enorme retrocesso ao modelo educacional implementado nos últimos 13 anos, a face desde de um governo retrógrado que não atura programas sociais. O posicionamento contra programas de inclusão e expansão da educação como o PROUNI, o FIES e a recepção de Alexandre Frota foi apenas o começo dos retrocessos que a “ponte para o futuro” representa.
Em total desrespeito e na tentativa de sucatear a qualidade dos Institutos Federais, o INEP divulgou no dia 04 de outubro o resultado do ENEM no qual não incluiu as notas das instituições que compõe a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnologia, alegando que os mesmos não são considerados mais como Ensino Médio regular.
O governo ataca diretamente a educação técnica que vinha cumprindo nas gestões anteriores um papel crescente na formação educacional e profissional integrada ao Ensino Médio.
Em contrapartida, em menos de um mês e meio de governo, Temer e seus aliados colocaram pautas de grande atrasado para a sociedade e principalmente para os estudantes das redes públicas. A proposta da MP da Reformulação do Ensino Médio com a retirada obrigatória de matérias como sociologia, filosofia e artes ataca literalmente a formação do pensamento crítico dos estudantes.
E nítido ver que ao publicar esse resultado, o governo golpista tenta reforça a proposta de reformulação usando da justificativa que a educação pública está falida. Entretanto, nós do movimento estudantil, em total discordância dessa manobra, acreditamos que a retirada do bom desempenho dos estudantes dos IFs no INEP comprova que o problema da educação pública brasileira é falta de investimento, indo na contra mão de todos os projetos relativos à educação proposta pelo governo de Temer.
A MP autoritária de reformulação, que propõe a não obrigatoriedade da Educação Física, por exemplo, ignora o resultado da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar(PENSE), que apontava um número grande de adolescentes que estavam acima do peso. Numa perspectiva geral, a medida não considera o principal fator de propor uma reformulação na realidade da escola, que é a necessidade de debate com a comunidade escolar, a sociedade, os movimentos educacionais e, principalmente, a juventude.
Não demorou muito e colocaram em discussão a PEC 241 que fala sobre o congelamento dos investimentos por 20 anos, principalmente na saúde e educação. No ensino profissionalizante, os IFs serão diretamente atingidos, fazendo com que muitos campi fechem, já que não haverá investimentos suficientes para manter a estrutura física e a permanência dos estudantes que precisam de bolsas para concluir os seus respectivos cursos.
E não para por aí, a PL da Escola Sem Partido nada mais é que uma Lei que amordaça o que se pode ensinar na escola, que limita o professor e censura o aluno a ter uma posição crítica sobre os diversos temas colocados na sociedade.
No entanto, a resposta dos estudantes é objetiva. Estamos ocupando escolas, IFs e paralisando muitos campi por todo o Brasil contra todas as medidas retrógradas de Temer e seus aliados golpistas. Não aceitaremos nenhum direito a menos, os secundaristas estão nas redes e nas ruas construindo a Primavera Secundarista.
Não tem arrego, se mexerem em nossos direitos nós tiraremos o sossego.