Ataques à educação no Mato Grosso têm sido frequentes. Após tomar diversas medidas sem a participação de estudantes, o Governo do Estado (PSDB) anunciou nesta segunda-feira (16), que deve entregar a administração de 76 escolas e 16 Centros de Formação e Atualização dos Profissionais de Educação Básica (CEFAPROS) ao poder privado.
Depois do anúncio, o movimento estudantil do estado se organizou em resistência à privatização das escolas. Na manhã de ontem (17), os estudantes realizaram uma reunião com deputados para solicitar a abertura de uma audiência pública, que pode acontecer no dia 14 de junho.
Caso a Parceria Público-Privada (PPP) seja firmada, a construção de novas escolas, a execução dos serviços de limpeza, alimentação e segurança não serão mais de responsabilidade do Governo do Estado do Mato Grosso.
O presidente da Associação Matogrossense dos Estudantes Secundaristas (AME), Juarez França fala um pouco mais dos próximos movimentos que devem acontecer em resistência à PPP. “A ideia é que continuemos mobilizando os estudantes durante toda essa semana, para que no dia 23 de maio amanheçamos com mais de 10 escolas ocupadas no estado.”, conta.
Descaso com a educação pública
O histórico de maus-tratos ao sistema educacional público é longo. Numa primeira decisão, o governo estadual implantou o período integral de aulas em algumas escolas, por outro lado, não foram oferecidos o suporte e o acompanhamento necessários nessa fase de transição, para que assim, a qualidade da educação fosse garantida. Logo depois, a criação de um novo modelo de uniforme, que não contou com a participação dos secundaristas.
Nesse cenário, um novo escândalo surgiu: o desvio de mais de 50 milhões de reais que seriam destinados à reforma e ampliação de escolas públicas. Foi assim que na semana passada, o movimento estudantil foi às ruas para protestar pelo ocorrido e exigir a abertura da CPI da Secretaria de Estado de Educação do Mato Grosso (Seduc).
Nas palavras do presidente da AME, esse é um momento relevante na luta dos secundaristas do Mato Grosso “para começarem a se organizar, seja contra a medida de privatizar as escolas, seja pelas obras que começaram e podem não terminar. Quero convocar os estudantes do Mato Grosso para juntos nos manifestarmos e barrarmos tudo isso!”, enfatiza.