Desde a manhã desta quinta-feira (2/6), as escolas ocupadas no Rio de Janeiro têm recebido a visita de representantes da Secretaria Estadual de Educação (SEEDUC) que informam a decisão da Justiça de restabelecer a volta imediata às aulas. A deliberação foi anunciada em audiência, após a juíza Gloria Heloiza Lima da Silva se comprometer com a pauta secundarista, homologando compromissos junto à SEEDUC, a Defensoria Pública e o Ministério Público.
Para esta sexta (3), os estudantes organizarão uma reunião que deverá reunir as lideranças dos colégios ocupados e decidir os próximos passos do movimento. O encontro ocorrerá no Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho, em Niterói.
A presidenta da União Estadual dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro (UEES-RJ), Ana Carpes, afirma que, apesar dos compromissos já anunciados, há pendências.
“O secretário de Ciência e Tecnologia não compareceu à audiência, deixando sem posicionamento as pautas reivindicadas pelas ocupações da rede técnica de ensino. Nós, estudantes, continuamos na luta porque sabemos que os problemas não acabaram”, ressaltou considerando ainda o avanço em pautas históricas do movimento estudantil.
CONQUISTAS DAS OCUPAÇÕES
O compromisso do governo em estabelecer eleições diretas para diretor é um dos resultados da pressão dos secundarista. O secretário de Educação, Wagner Victer, confirmou que, até o dia 7, será sancionado pelo governador em exercício, Francisco Dorneles, projeto de lei que estabelece a eleição direta para escolha de diretor e diretor adjunto nas escolas públicas.
“A partir de agora, começa valer a gestão democrática. Em todas as escolas onde as direções são autoritárias, os estudantes poderão pedir a exoneração do diretor diretamente na SEEDUC ou no Ministério Público”, esclarece Ana. Cada unidade também terá que reservar espaço para funcionamento do grêmio estudantil.
Fruto das denúncias de sucateamento das escolas, o governo também determinou a implementação de reserva orçamentária e o repasse de 15 mil reais para 68 escolas que precisam de reformas emergenciais.