Diante da crescente força do movimento da Primavera Secundarista, que já ocupa mais de 1000 escolas em todo Brasil contra a MP de reforma do ensino médio e a PEC 241 , o Paraná, o estado que concentra o maior número de ocupações, realizou, nessa quarta-feira (26), uma assembleia estadual para discutir o futuro de suas mobilizações.
Mais 600 escolas participaram do encontro, que ocorreu no Colégio Estadual Loureiro Fernandes, localizado na cidade de Curitiba. O estado já conta com mais de 800 instituições de ensino que resistem pela construção de uma educação pública, gratuita e de qualidade
A assembleia teve início com uma homenagem ao estudante Lucas Eduardo Mota, que faleceu nessa segunda-feira (24), no Colégio Santa Felicidade, em Curitiba.
Dentre os assuntos discutidos, cinco medidas foram votadas e aprovadas em assembleia. De acordo com a página Ocupa Paraná, que divulga informações a respeito do movimento estudantil no estado, os estudantes pautaram a criação de um decreto onde o Governo Estadual se comprometa em barrar a medida provisória 746/2016, a reforma golpista do ensino médio, além da reivindicação de anistia aos integrantes das ocupações, para que assim não ocorram perseguições, ameaças e demissões.
A presidenta da UBES, Camila Lanes, que acompanha de perto a realidade do movimento estudantil no Paraná, explica que as propostas foram levantadas pelos estudantes “para que ao final, sejam apresentadas ao Governo Federal e ao Governo Estadual”.
Os secundaristas propuseram ainda, a realização de uma conferência estadual livre, aberta ao público, pela reformulação do ensino médio e exigem que o Governo Federal, junto ao Ministério da Educação (MEC) e o Governo Estadual e municipal realoquem os locais onde irão acontecer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
Ainda segundo a página Ocupa Paraná, “não há orientação para desocupação. Entendemos, em assembleia, que esta decisão cabe apenas ao conjunto dos estudantes de cada escola e não se trata de uma decisão coletiva”.
Ao final do encontro, um prazo de sete dias foi estipulado para que o Governo do Estado atenda as exigências dos secundaristas. O tempo determinado passa a valer a partir da data de divulgação do documento que resume as demandas estudantis. O arquivo completo será publicado na página do movimento.
Governador do estado, Beto Richa declarou nessa quinta-feira (27), que convidou os líderes das ocupações para conversar, mas que “eles não apareceram”.
Em resposta à Richa, a presidenta da UBES explicou que “nós não dialogamos com golpistas. Os estudantes não irão se reunir com o governador porque ele apenas sabe prometer, mas não cumpre nada! Ele colocou a cavalaria em cima de professores, os agrediu covardemente, ameaça e estimula movimentos de desocupação. Richa recebeu o Movimento Brasil Livre (MBL) antes mesmo de receber os estudantes e isso foi a maior prova de que ele não está interessado em nos escutar”, finalizou.