“Tenha fé no nosso povo que ele resiste, tenha fé no nosso povo que ele insiste”. A música de Elis Regina representa o sentimento dos participantes do 16º Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG), realizado dias 8 e 9 de setembro de 2017, na Faculdade Zumbi dos Palmares, em São Paulo.
O encontro teve, simbolicamente, o seu encerramento no auditório do Espaço Anhembi que leva o nome da cantora. Após os debates sobre saídas para a crise política, a educação brasileira e os
ataques à democracia, cerca de 500 lideranças estudantis de todo o Brasil deliberaram o direcionamento das lutas do movimento para o próximo período.
“O CONEG é um espaço de luta, unidade e ampliação do movimento estudantil”, Camila Lanes, presidenta da UBES.
CONJUNTURA E EDUCAÇÃO
A juventude ressaltou a necessidade de ocupar as ruas contra retrocessos do governo Temer, sobretudo, os ataques à educação, como a ilegítima reforma do Ensino Médio e as ameaças do projeto “Escola Sem Partido”. Os estudantes afirmaram que o momento requer resistência a qualquer tentativa de silenciamento da diversidade política nas escolas e do desenvolvimento crítico dos jovens brasileiros. O movimento estudantil também condenou o avanço de medidas autoritárias, a exemplo da militarização escolar.
MOVIMENTO ESTUDANTIL
O 16º CONEG reforçou ainda a atuação da UBES nas lutas nacionais protagonizadas pela “Frente Brasil Popular” e “Frente Povo Sem Medo”, considerando que a experiência das ocupações formou
milhares de jovens para contribuir decisivamente nos efeitos do golpe e na mobilização social.
CONFERÊNCIA POPULAR DE EDUCAÇÃO
Durante o encontro, os estudantes denunciaram a exclusão de entidades progressistas da Conferência Nacional de Educação (CONAE) pelo Ministério da Educação (MEC). A partir disso, a UBES decidiu participar de um evento paralelo em 2018: a Conferência Nacional Popular de Educação (CONAPE).
De acordo com o diretor de políticas públicas da UBES, Guilherme Barbosa, a integridade da CONAE encontra-se ameaçada: “Desde 2010, a conferência auxilia na construção de políticas públicas
fundamentais como o Plano Nacional de Educação (PNE), um documento essencial desenvolvido por centenas de entidades populares. Depois da expulsão de algumas delas, ficou insustentável acreditar na intenção democrática do evento”, disse.