Livros, roupas usadas e até vasos de cactus. Um grupo de amigos de Caxias do Sul (RS) juntou todos os produtos possíveis a partir de doações para vender em um parque da cidade. A atividade extra tem um objetivo claro: levar o coletivo deles para o 41º Congresso da UBES, que acontece entre 29 de novembro e 2 de dezembro, em Goiânia (GO).
Os cerca de 30 jovens gaúchos sabem que vai demorar dois dias para percorrer a distância de 1.700 quilômetros. E aprenderam que o ônibus não custa pouco.
“Mas isso não nos desanimou. Começamos a arrecadar doações e montamos o brechó. Vemos a importância da UBES e de estar nos espaços de discussão com gente de todo o Brasil”, conta o estudante Vauber Ribeiro (foto abaixo).
Daniela Moura, presidenta do grêmio do colégio estadual Central, em Belo Horizonte (MG), conta que a população mineira também está ajudando os jovens com os custos da viagem. Em BH, já é de lei a realização de pedágio na praça da Liberdade antes dos encontros nacionais, organizado pela União Colegial de Minas Gerais.
“A reação das pessoas é bacana, elas sabem que muitos estudantes não poderiam viajar para conhecer outras realidades. Também costumamos encontrar ali vários ex-alunos da nossa escola, é ótima esta troca”, conta ela, que vê ainda o contato com moradores vizinhos como um trabalho de politização.
O maior desafio dos secundas de Avaré (SP) é chegar em São Paulo para pegar uma caravana a Goiânia. Lais Oliveira, presidenta do grêmio do Instituto Federal da cidade, conta que eles produziram bottons e adesivos personalizados para vender. Não ficaram ótimos? Vaquinha online e rifa complementam os esforços do grupo. “Aqui o movimento ainda é muito novo, mas já somos muito engajados na luta pela educação pública, gratuita e de qualidade”, diz a estudante.
Para arcar com os custos da viagem e estar em um Congresso da UBES pela primeira vez, a rondoniense Thaianne Moraes, do outro lado do mapa, coloca em prática suas habilidades na maquiagem. Conhecidas ajudam a encher o cofrinho e aprendem como fazer a própria make. A atividade está indo tão bem que a garota, de apenas 15 anos, chega a viajar para cidades próximas quando tem turmas com mais de 10 interessadas.
Enquanto planeja o trajeto de quase 3 mil quilômetros entre Guajará Mirim (RO) e Goiânia (dois dias de ônibus!), Thaiane pensa no seu futuro – pretende ser maquiadora profissional – e no futuro do país:
“É na luta que encontro quem sou! E todos sabemos que a educação é a melhor forma de tirar o país da crise”.
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