Nesta sexta-feira, 12 de maio, completa-se um ano do golpe que retirou Dilma Rousseff da presidência e, consequentemente, colocou em seu lugar o governo ilegítimo de Michel Temer. Não por acaso, a cineasta Eliza Capai escolheu esta data para o lançamento do seu filme #Resistência, que mostra ocupações culturais de espaço público feitas entre abril e agosto de 2016, durante o processo de impeachment.
A primeira ocupação que ela filmou? A da Assembleia Legislativa de São Paulo, organizada pela UBES. Também aparecem nas telas outras mobilizações como o Ocupa Minc e Ocupa Funarte, que tomou com diversas atividades vários equipamentos do Ministério da Cultura, além de outro movimento como a Marcha das Vadias e passeatas LGBTs.
Para ela, aquele momento histórico abriu espaço também para a utopia, com “tantas discussões e desejos de construção de sociedades mais igualitárias, mais criativas, mais artísticas”, como disse em entrevista para a revista Fórum.
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Quando Eliza entrou na Alesp para registrar aquele momento, ainda não tinha ideia que o material seria base para um filme. No início, ela trabalhava numa série sobre democracia e educação. A diretora contou à Fórum como reagiu ao entrar na ocupação:
“Entrei e fiquei impressionada com a diversidade daquele grupo, com a forma como discutiam gênero, feminismo, educação. Eu fui para ficar uma horinha, mas acabei dormindo lá e só saí quando ocorreu a desocupação. Saí de lá com o sentimento de ter presenciado algo histórico mesmo. De ter aprendido e compreendido muito sobre aquela nova geração, sobre as novas e as velhas mídias, sobre outras formas de política”
Na página do filme no Facebook, é possível conferir onde será o lançamento na sua cidade. Se ela não estiver entre as dezenas de locais (são mais de 60), organize seu próprio lançamento! Eliza disponibiliza o filme para movimentos que queiram fazer a exibição. Basta conseguir espaço, projetor e combinar um debate sobre o assunto.
A ideia é que os cidadãos se apropriem e ocupem com o filme cineclubes, locais de trabalho, estudo, praças.
“Que ele seja usado como pausa, depois deste ano tão louco, para que a gente pare e tente, de novo, entender o que estamos vivendo.”
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