A UBES ocupou o 13º Fórum Social Mundial, que tomou lugar na cidade de Salvador entre os dias 13 e 16 de março e reuniu secundas dos quatro cantos do país. O evento que anualmente traz grandes movimentos sociais do mundo discutiu os mais diversos temas progressistas, contrapondo a agenda política e econômica neoliberalista discutida no Fórum Econômico Mundial. Se você não acompanhou nas redes da UBES, como foi a atuação dos secundas no FSM18, se liga nestes momentos:
A abertura contou com uma grande passeata e reuniu milhares de pessoas nas ruas da capital baiana. Chineses, franceses, marroquinos e pessoas de todos os cantos do planeta seguiram o cortejo ao som de tambores com entusiasmo, inspirados pelo tema da edição “Resistir é transformar”.
Estudantes secundaristas se aliaram à passeata reivindicando a redução das desigualdades e um novo modelo de desenvolvimento internacional inclusivo e solidário. O presidente da UBES, Pedro Gorki, afirmou: “Nós, secundaristas, estamos aqui para construir a luta mundial pela educação, para que nenhum país tenha nunca mais alguma criança analfabeta”.
O evento, que reuniu os secundaristas e demais estudantes do Brasil e do mundo, lançou a Carta da Juventude. O documento destaca as discussões realizadas na assembleia e apresenta temas como o direito à emancipação feminina, diversidade de gênero, respeito às etnias e povos indígenas, direitos LGBTs, combate à xenofobia, vidas negras, meio ambiente, direitos humanos, rumos da educação e mídias livres.
Marcada pela presença das lideranças estudantis da UBES e da UNE, a assembleia discutiu os problemas da sociedade e elaborou um diagnóstico com alternativas para resolvê-los.
No evento, foi desenvolvido um documento com oito pontos que contemplam os temas debatidos como combate à morte da juventude, a defesa de uma educação pública de qualidade, o respeito à diversidade cultural e religiosa, o direito à moradia e lutas contra a homofobia, machismo e racismo.
O espaço que recebeu cerca de seis mil pessoas, não serviu somente de alojamento, mas expandiu os debates e discussões das pautas do FSM. O acampamento ofereceu várias atividades como shows e assembleias incentivando principalmente o debate com a juventude.
O Circuito de Cultura Secundarista (Circus) da UBES, por exemplo, realizou diversas atividades no acampamento, como o Sarau da Resistência e uma oficina de grafite junto à Nação Hip Hop. Em parceria com o Cuca da UNE, também realizou o Baile do Poder.
A execução de Marielle Franco, que aconteceu na quarta-feira (14), transformou os eventos seguintes em um grande ato pela memória da vereadora. Em marcha, cerca de cinco mil pessoas do FSM saíram às ruas para protestar contra sua morte e o genocídio da população negra.
O assassinato da vereadora do Rio de Janeiro chocou o país e o mundo. A execução brutal tirou a vida de uma mulher negra, lésbica, periférica, defensora dos direitos humanos, além de tudo o que ela representa. O motorista de Marielle, Anderson Pedro Gomes, também foi morto.
O último dia do FSM também contou com a Assembleia Mundial das Mulheres que discutiu temas importantes à luta feminina, e elaborou um documento com os “dez pontos inegociáveis da mulher pelo mundo”. Ao final, lideranças femininas da UBES ao lado das mulheres do evento convocaram resistência e saíram em passeata que andou pelas ruas da capital baiana, lembrando inconformadas também o assassinato de Marielle.
Por Diego Guaglianone
Foto de capa: Guilherme Imbassahy (Narrativa de los Estudiantes)