A Direção Nacional da UBES, composta por dezenas de jovens de todo o Brasil, se reuniu no Instituto Federal de São Paulo neste domingo (22/7) para definir um posicionamento diante da conjuntura nacional e um calendário para o próximo período. A carta aprovada “Esperançar: Ocupar as urnas para vencer o ódio” convida os secundaristas a participar ativamente do debate político eleitoral deste ano (leia completa abaixo).
Nas falas, membros da Diretoria Executiva e da Diretoria Plena explicaram que não se trata de apoiar alguma candidatura, mas sim de fortalecer propostas que dialoguem com os anseios estudantis. “Convocamos as forças políticas e partidos a construírem em unidade um projeto nacional de desenvolvimento que dê atenção à educação como premissa para a construção de um país soberano e desenvolvido”, diz trecho da carta.
O texto final aponta as urnas e o debate político como saídas para esvaziar propostas neoliberais ou antagônicas à democracia, como as que defendem “Lei da Mordaça” e censura nas escolas.
Em maio, a UBES realizou a campanha “Se Liga, 16”, para incentivar que a juventude tire título de eleitor a partir dos 16 anos, mesmo antes do cadastramento obrigatório, aos 18.
Quanto às próximas atividades da UBES, foi escolhida prioridade para um Encontro Nacional de Escolas Técnicas (ENET), em local e data a serem definidos. A direção também aprovou uma Jornada de Lutas de 10 a 16 de agosto.
Leia a carta:
O movimento estudantil sempre foi fundamental na construção dos processos democráticos no Brasil. Se aproximam as eleições de outubro e o papel dos estudantes se reafirma para a consolidação de um pleito que garanta a real participação do povo brasileiro. Outubro marcará um novo momento para o Brasil, o momento de ocupar as urnas para vencer o ódio.
Nossa palavra de ordem é ‘esperançar’. É característica dos estudantes secundaristas a esperança e a irreverência mesmo nos momentos de dificuldade, não seria diferente agora, em meio à prisão política do presidente Lula, à execução de Marielle Franco e Anderson, perseguição aos movimentos sociais e tentativas de constrangimento do campo político que prioriza a soberania, o desenvolvimento e a educação do Brasil.
Demos uma aula de cidadania ao construir o “Se Liga, 16” colocando o estudante como agente transformador do país. Agora é hora de dar consequência a esse trabalho através da participação com o voto. Fazemos um chamamento aos estudantes brasileiros para que possamos barrar que os movimentos que capitaneam projetos como o da Lei da Mordaça cheguem à presidência.
A insatisfação do povo brasileiro com a política e os políticos têm crescido à medida em que atacam nossos direitos. Sabemos que boa parte dos candidatos que se apresentam para as próximas eleições representam a mesma política privatista e de retirada de direitos que implementou Temer nos últimos dois anos. Aqueles que criaram essa crise que estamos passando, planejam no próximo período seguir massacrando o povo brasileiro. Por isso é fundamental que as eleições sirvam também para fortalecer em cada escola, em cada bairro e canto desse país, as lutas e mobilizações de nosso povo em defesa de seus direitos, apontando que a própria força do povo brasileiro é o que garante nossas vitórias.
Convocamos as forças políticas e partidos a construírem em unidade um projeto nacional de desenvolvimento que dê atenção à educação como premissa para a construção de um país soberano e desenvolvido. Não aceitaremos mais perdas de direito, por isso ocuparemos as urnas como ocupamos as escolas para demonstrar mais uma vez a capacidade de mobilização social dos estudantes.
Diretoria Plena da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
São Paulo.
22, de julho de 2018.