“Chegamos carregando o bandeirão da UBES no meio de centenas de movimentos de todos os lugares do mundo. A gente queria entender o que era aquilo”, relembra Carla Santos, presidenta da UBES durante o primeiro Fórum Social Mundial, em 2001. De lá para cá, o FSM se estabeleceu como grande encontro das ideias progressistas do planeta, com participação da UBES em 100% das 17 edições.
Este ano, o fórum acontece em Salvador, em março. Mas promove agora em janeiro a Ação Global Anti Davos, no mesmo dia em que o poder financeiro se reúne na Suíça para o Fórum Econômico Mundial: 23 de janeiro.
O Fórum Social foi criado exatamente para se contrapor ao Fórum Econômico, ao expressar que as prioridades mundiais não devem ser estabelecidas apenas por e pelos fatores financeiros, mas também sociais.
Se Davos conta com líderes como Michel Temer e Donald Trump, Porto Alegre terá gente como o ativista americano Noam Cchomski, deputados Roberto Requião, Ana Portugal e Douglas Belchior, do MTST (veja evento!).
Desde a primeira edição, quando o encontro ainda não tinha a dimensão de hoje, a UBES está presente nas discussões sobre e educação e juventude levando pautas. “Em 2001, nossa principal bandeira era reserva de vagas no ensino superior. Também denunciamos a privatização do ensino médio técnico durante o governo FHC”, conta Carla, presidenta na época.
Todas as maiores bandeiras dos secundaristas foram levadas ao fórum. Quando Yann Evanovick estava à frente da UBES, por exemplo, levou a defesa dos 10% do PIB e 50% dos royalties do pré-sal para a educação:
“Fomos protagonistas na edição de 2010, ao lado dos petroleiros. Tínhamos até uma tenda, onde aconteciam debates sobre o pré-sal. Nesse ano já participávamos ativamente desde a organização de caravanas até a construção da carta final”.
HÁ 17 ANOS
No primeiro Fórum Social Mundial, eu era uma jovem entusiasmada por estar com gente do mundo todo em Porto Alegre, minha cidade, e principalmente com o Acampamento de Juventude, uma verdadeira torre de babel, autogestionado, com todo tipo de causa, idade, lugar. Minha sensação era de estar diante de uma grande novidade.
A oportunidade era de fazer intercâmbio com outras entidades do mundo ligadas à educação, para saber como o neoliberalismo atacava também em outros países. Tanto que depois criamos um braço, o Fórum Mundial de Educação.
Com o passar dos anos, o espaço e empenho dos secundas e da UBES só cresceu.
HÁ 8 ANOS
Eu, que lutava na minha escola por bebedor, ar-condicionado, qualidade no ensino, cheguei no Fórum Social Mundial e me deparei com as grandes pautas dos movimentos sociais mundiais. O Fórum é o lugar onde a gente percebe que a luta da sua cidade integra outras lutas. E que todas as pautas juntas têm mais força.
Como presidente da UBES, o Fórum Social Mundial de 2010 foi um dos meus primeiros compromissos. Participei de outras edições antes e depois, e sempre foi esse espaço de manutenção da chama das ideias mais avançadas do Brasil e do mundo.