A estrutura física para prática de esportes ainda precisa melhorar muito nas escolas brasileiras. Quase metade das unidades de ensino médio não possui quadra coberta, segundo o Censo Escolar de 2016. A cada 10 escolas, 3 não têm nenhum tipo de quadra. E 5 a cada 10 têm quadra, mas ela não pode ser utilizada quando chove ou faz muito sol, por ser aberta.
Outra prioridade pouco discutida é o potencial de uso democrático deste espaço, quando ele existe. A UBES acredita que os estudantes podem e devem usufruir dele, até para desenvolver sentimento de pertencimento e cuidado em relação ao ambiente escolar.
Com uma gestão democrática, a quadra deve ser aberta à comunidade fora dos horários de aula, como fins de semana, e ser utilizada igualmente por todos os estudantes. Como voz dos jovens dentro da escola, os grêmios podem ajudar muito neste processo.
No Instituto Federal de Avaré (SP), por exemplo, as meninas lutaram muito, via grêmio, para terem direito de treinar futebol. Até 2017, apenas os treinos de futebol masculino tinham vez.
“Teve uma resistência bem grande por parte da escola e vários outros obstáculos colocados para nós”, lembra Laís Oliveira, presidenta do grêmio em 2017 e hoje presidenta da UPES (União Paulista de Estudantes Secundaristas).
Ela comemora que o time de meninas do IF tenha disputado o campeonato municipal pela primeira vez, ano passado. Mesmo com apenas um ano de treino, elas terminaram em segundo lugar.
Na escola estadual Olegário Maciel, em Belo Horizonte (foto destaque), os estudantes cansaram de esperar por melhorias que deveriam vir da secretaria de educação: o próprio grêmio refez a pintura da quadra e, com apoio da direção da escola, organizou um campeonato de futebol inter-grêmios fora do horário de aula.
“É uma forma de estimular o esporte e a interação ao mesmo tempo”, comemora Alberto Francisco, do grêmio.
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