Vindo de todo o país, estudantes chegaram nesta quinta-feira (17) na capital paulista para um grande encontro secundarista que acontece na Faculdade Zumbi dos Palmares. Dos dias 17 a 20 de outubro, o Revolta reúne o 14º Encontro Nacional de Escolas Técnicas (ENET), 5º Encontro Nacional de Mulheres Estudantes (EME) e 17º Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG).
O conjuntos dessas atividades recebe o nome Revolta para definir o sentimento da juventude em meio a ataques e cortes contra a educação pública. É o primeiro encontro dos estudantes depois do Tsunami da Educação que inundou as ruas do país.
Um dos secundas que esteve presente nos atos e chegou em São Paulo para a abertura, Thainan Diniz, de 16 anos, diz que mobilizou vários grêmios da sua região por conta dos cortes que impedem o funcionamento da biblioteca de sua escola. “É indignante ver os estudantes concluindo o ensino médio sem poder utilizar todos os espaços do colégio”, conta Thainan.
O estudante da E. E. Profª Etelvina de Goés Marcucci em São Paulo (SP), nem precisou viajar para participar do encontro que, segundo ele, é fundamental para ver que não é só São Paulo que está sofrendo com os cortes. “Vamos trocar experiências de ações e revoltas dentro da nossa escola”, diz Thainan.
Se para o estudante paulista só bastou pegar o metrô para chegar na abertura do encontro, Carla Vieira, de 17 anos, precisou atravessar o país para participar do Revolta. A secundarista estuda no Instituto Federal do Acre em Rio Branco (AC). Ela, que é presidenta do grêmio do IF, chegou cansada de viagem mas está cheia de vontade para debater com os estudantes. O campus do seu instituto federal sofreu o bloqueio de 5,8 bilhões nas suas verbas.
“Sofremos cortes na equipe de limpeza e ficamos alguns dias sem aula por conta da luz”, conta Carla. Um dos pontos que ela mais acha importante sobre o encontro é poder mostrar a realidade da educação brasileira: “Temos que trazer os alunos para falar sobre os cortes e explicar o que está acontecendo a nível nacional”.
O evento não reúne só estudantes de escolas públicas. Matheus das Neves, de 16 anos, é estudante da rede privada em Chapecó (SC) e veio para somar na luta e no debate dos secundaristas. Ele é presidente da UMES do município e vê como os cortes afetam principalmente o IF.
“O campus buscar interiorizar a pesquisa científica e o bloqueio das verbas ameaça não só o próprio funcionamento, mas a permanência estudantil”, conta Matheus. Para ele e para os outros jovens mobilizados, o Revolta é muito importante para debater com vários estudantes da rede federal que vem sendo o principal alvo do governo Bolsonaro.
Confira a programação do evento e acompanhe as redes sociais da UBES para ficar ligado no que vai rolar nos próximos dias.