Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro veio a público dizer que a distância dos estudantes das escolas era um absurdo. Para a presidenta da UBES, Rozana Barroso, “os direitos da juventude à educação estão sendo violados sim, mas a responsabilidade disso é exatamente a omissão do governo Bolsonaro”.
Desde a chegada do novo coronavírus ao Brasil, estudantes têm sido mais responsáveis que o próprio presidente da República. A UBES junto com os secundas têm refletido sobre cuidados, ações e planejamento para garantir a educação durante a pandemia. Por outro lado, Bolsonaro e seus ministros se preocuparam apenas em negar os problemas, desdenhar a ciência, promover polêmicas, desinformação e balbúrdia. Vamos aos pontos:
Ficamos um mês SEM ministro da Educação no meio de uma pandemia! Bem quando mais precisávamos de planejamento, em junho.
Desde o ano passado a pasta é alvo de disputas de poder e ideologia, não ambiente de pensamento e construção de políticas públicas, como deveria ser.
Segundo ministro da Educação de Bolsonaro, Weintraub caiu em junho após preferir polêmicas do que ações. O terceiro ministro da Educação de Bolsonaro, Milton Ribeiro, ainda não mostrou a que veio, após quase três meses no cargo. Antes dele, foram cogitados dois nomes para o MEC durante quase um mês sem titular da pasta.
No auge da pandemia, famosa reunião ministerial de abril não citou nenhuma vez nossas escolas. Em vez disso, o ministro do Meio Ambiente fala em aproveitar a pandemia para “passar a boiada” e o ex-ministro da Educação Weintraub preocupa-se em xingar o Supremo Tribunal Federal. Prioridades, né?
Apenas no sexto mês da pandemia, um ministro da Educação de Bolsonaro fala pela primeira vez em pensar em um plano com estratégias para a educação no novo contexto. Mas Milton Ribeiro ainda não apresentou nada prático.
Diante a uma realidade de ensino a distância, nenhuma solução foi proposta para a falta de acesso à internet! Desde abril pedimos soluções para isto, mas é como se o governo simplesmente dissesse: vocês que lutem perante a um cenário de desigualdades avassaladoras.
A UBES pede um comitê nacional para avaliar a situação da Educação na pandemia desde abril e não tem sido ouvida. Os Estados precisam de uma organização nacional perante a uma situação emergencial grave, inclusive com repasses financeiros para colocar de pé os protocolos, que envolvem reformas estruturais, materiais e contratação de novos profissionais. Em vez disso, o governo federal pensa em cortar dinheiro do Orçamento da Educação para o ano que vem!
Um símbolo do descaso e desconexão do governo com a realidade. Em vez de nos debruçar sobre planejamentos necessários, precisamos nos desgastar com algo tão óbvio quanto mudar a data da maior avaliação do ensino médio.
No meio da pandemia, também foram os estudantes e comunidades escolares que tiveram que lutar para manter o Fundeb, essencial para manter as escolas de pé. Como criar protocolos de reabertura das unidades se não tivermos nem papel higiênico e sabonete?
Além de não fazer nada para solucionar as crises de saúde e econômica, o governo federal ainda ajuda a atrapalhar, propagando desconhecimento. O presidente Jair Bolsonaro apareceu várias vezes em aglomerações sem máscara, dificultando o combate à pandemia. Sem falar da divulgação de remédios sem comprovação científica, campanha anti-vacina e negação da importância de cuidados com as escolas. Se elas não estão preparadas para a volta às aulas presenciais, é também porque o governo federal não fez nada para isso!