Mais uma vez, estudantes secundaristas demonstram cuidado e alerta durante a crise do coronavírus no Brasil. Nesta terça (28/7), a Diretoria Executiva da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas criou um fórum não-deliberativo para avaliar o ensino remoto e o plano de volta às aulas nos estados.
Para secundaristas, o ano letivo não pode ser perdido, mas é necessário cautela, tanto pelas questões sanitárias, quanto pela questões sociais. Um texto-base ficou definido para ser debatido mais a fundo pelo Fórum, pois a direção acredita ser fundamental a participação dos estudantes neste debate tão importante.
No texto, a Diretoria pede a criação de uma comissão com especialistas, professores, estudantes e secretários de educação para avaliar “cientificamente” quando e como voltar às aulas.
Para volta às aulas, são apontados cuidados básicos como acesso a máscaras, sabão, álcool em gel, medidores de temperatura e testes rápidos. O texto lembra ainda que é preciso avaliar a curva de contágio em cada região.
Além disso, o documento indica atenção especial para o caso de adoção de ensino remoto nas redes públicas: “A adoção de sistemas remotos ou EAD para as atividades escolares só pode ser possível se acompanhada de acesso à internet, de materiais e equipamentos necessários para o acompanhamento das atividades”.
Com este documento, os estudantes reforçam a crítica à “postura negacionista” do governo federal, que, sem planejamento ou investimento, apenas colabora para agravar as crises sanitária, econômica, social e política durante a pandemia.
Esta foi a primeira reunião desta Diretoria provisória da UBES, instituída no dia 15 de maio por conta da pandemia. Isso porque a entidade optou pelo adiamento do seu 42º Congresso, onde uma nova gestão seria eleita.
A gestão provisória já se engajou pelo adiamento do Enem, pela aprovação do Fundeb, pela queda do ex-minisro Weintraub e criou uma campanha em apoio a estudantes periféricos. Agora, quer que os estudantes sejam ouvidos e participem ativamente das avaliações sobre ensino remoto e volta às aulas durante a pandemia do novo coronavírus.