Diante de uma postura do governo Bolsonaro que aumenta os impactos da pandemia, entidades estudantis e movimentos sociais convocam uma mobilização popular para o dia 29 de maio. Todos os cuidados sanitários são essenciais, como máscara no rosto, distanciamento e álcool em gel. Mas também é essencial dar um basta neste governo, listamos aqui 10 motivos.
Universidades Federais e a rede de mais de 600 unidades de Institutos Federais (IFs) estão com o menor orçamento da década. Os cortes em 2021 são de R$ 1 bilhão para as universidades e R$ 770 milhões para os IFs, em relação a 2020.
Diversos reitores e entidades representativas têm alertado que as instituições não têm verba para manter o funcionamento no segundo semestre!
Os IFs estão com a menor verba desde 2010, quando tinham metade do número atual de estudantes, mais de um milhão.
O Inep, órgão do Ministério da Educação que realiza o Enem, enviou um ofício ao Ministério da Economia de Paulo Guedes avisando que NÃO HÁ RECURSOS suficientes para organizar o Enem este ano.
É preciso uma comissão séria para avaliar o melhor momento e condições para a realização. Não aceitamos um adiamento “por falta de recursos e de tempo”, como alega o Inep sem nenhum diálogo.
O governo Bolsonaro não promoveu nenhuma edição razoável do Enem desde 2019, o que, junto com falas contrárias à formação universitária, indica intenção de esvaziar o exame e o acesso à universidade. Querem aproveitar a pandemia para destruir os sonhos e o futuro.
Negar importância de vacinas, de apoios técnicos e de investimentos em saúde e educação tem sido caminho para mortes, caos, desemprego, fome e prolongamento da pandemia.
Não vamos superar as crises da pandemia sem educação e sem ciência. É isso que precisamos alertar ao país.
No ritmo atual de vacinação, o Brasil não conseguirá imunizar todos os habitantes acima de 18 anos contra a Covid-19 em 2021. O Brasil continua em 58º lugar no ranking global da aplicação de doses da vacina e menos de 20% da população do país foi imunizada. Por isso, é preciso pressionar e responsabilizar os culpados pelo agravamento da crise sanitária. A CPI da Covid tem esclarecido o que já sabíamos: O governo Bolsonaro ignorou estatísticas, especialistas, alerta de colapso nos estados, e ofertas para a compra de vacinas.
“O Brasil receberia 18,5 milhões de doses da Pfizer até junho de 2021, se tivesse dado prioridade à vacinação. Quantas das 453 mil mortes poderiam ter sido evitadas? Responsabilizamos Bolsonaro, sim”, frisa a presidenta da UBES, Rozana Barroso.
Não é só a rede federal de ensino e o Enem que enfrentam cortes e omissão. Desde que Bolsonaro assumiu, o Ministério da Educação tem sofrido cortes anualmente. Em plena pandemia, 2020 teve o menor orçamento da década!
O aumento da evasão e do abandono escolar preocupam muito e o governo federal não oferece planos, financiamento nem vacinação suficiente para o retorno seguro das aulas presenciais.
O governo tampouco garante nosso acesso às aulas a distância, pois vetou o Projeto de Lei da Conectividade (PL) construído no Congresso Nacional em diálogo com o setor da educação para fornecer milhões de chips e tablets.
No meio da pandemia, em que precisamos de adaptação das escolas e de conectividade, o governo corta o orçamento da educação e estabelece prioridades bizarras: regulamentar o ensino domiciliar e militarizar escolas. Os dois projetos, puramente ideológicos, menosprezam o real sentido do espaço escolar democrático e emancipador.
O auxílio emergencial é irrisório e o governo federal não apresenta nenhuma proposta para solucionar a insegurança alimentar, que atinge 117 milhões de pessoas ou 55% da população, pior índice desde 2004, segundo a Rede Pesan.
Além de protestar por atenção e políticas públicas básicas, estaremos recolhendo alimentos nos atos. Se puder, vamos compartilhar solidariedade!
Estudantes negros não têm nem mesmo o direito de estudar em casa durante a pandemia sem risco de serem assassinados ou terem suas casas violentadas. Os homicídios crescem entre jovens negros, enquanto diminuem para a população branca.
Como ficará o Brasil com suas universidades fechadas, sem assistência estudantil, sem aulas e sem pesquisa? Como fica nosso futuro, da nossa família e do país?
É pelo direito de sonhar e de ter perspectivas. Bolsonaro não pode matar nosso povo e nosso futuro.