A luta estudantil por diálogo e planejamento sobre o Enem 2020 começou assim que o edital da prova foi lançado, em abril do ano passado, sem nenhuma preocupação com a atual pandemia. Diante de inação do Ministério da Educação e incertezas, secundaristas agora se veem sem perspectiva diante da nova data, em meio à nova onda de contágio, e pedem atitudes do MEC. A prova física está agendada para 17 e 24 de janeiro, com 5,7 milhões de inscritos.
“É um absurdo, estarmos a 10 dias da prova e o MEC não apresentar as medidas e providências que serão tomadas para garantir a segurança dos milhões de estudantes, por exemplo quantos alunos por sala farão a prova. Não há qualquer preocupação do ministério com a situação de crescente contaminação”, afirma Rozana Barroso, presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).
A entidade secundarista vem pedindo providências do MEC há nove meses, desde um calendário adequado até a garantia de inclusão digital para um ENEM com menos desigualdade.
No entanto, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), Alexandre Lopes, têm se mostrou irredutível em qualquer mudança no calendário ou aberto para o debate sobre a segurança, mesmo diante dos dados de alta de contaminação e estado de alerta em diversos municípios.
“É impossível mensurar o tamanho do impacto emocional aos estudantes que irão participar do ENEM, sem ter ao menos o mínimo de noção se existe ou não segurança à saúde em seus locais de prova. Por isso, é inaceitável o silêncio do Ministério no momento”, afirma a presidenta da entidade.
Mas os estudantes não se dão por vencidos e a pressão por mais segurança no ENEM continua. Para isso, a UBES está fazendo tuitaços diários, pedindo reuniões com agentes da Educação e tudo mais o que for possível para pressionar o governo. “Vamos fazer um ENEM justo e sem risco para a saúde de todos os estudantes”, finaliza a presidente da entidade.