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EM MEIO UMA TRAJETÓRIA DE LUTAS, UMES NATAL COMPLETA 31 ANOS

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Com muita luta, conquistas e novos marcos históricos para percorrer, a União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Natal (UMES) chega aos seus 31 anos repleta de bagagem e com extenso histórico de participação na vida diária dos estudantes no estado do Rio Grande do Norte. A associação foi organizada no dia 14 de maio de 1982, quando a juventude de Natal e o Instituto de Teologia Pastoral (ITEPAN) se uniram para realizar sua fundação que teve como primeiro presidente, Cláudio Damasceno.

Desde então, muitas personalidades políticas e sociais de Natal participaram da construção da reconhecida trajetória da entidade através dos grêmios estudantis e da diretoria da UMES. Alguns nomes se destacam, entre eles o de Robson Carvalho (apresentador de TV e da 98 FM), Júlio Protásio (Vereador de Natal), Ridalvo Felipe (do jornal O Público), Eugênio Bezerra (jornalista), Salatiel de Souza (apresentador de TV e ex-Vereador), Silvânio Medeiros (Ex-Subsecretário de Juventude do RN), Ismênio Bezerra (membro do Conselho Nacional de Juventude), e Pedro Henrique (atual tesoureiro da gestão de 65 anos da UBES).

Para o atual presidente da UMES e estudante do IFRN, Whanderley Costa, é um grande orgulho presidir uma das mais importantes entidades municipais do Brasil. Segundo ele, “a UMES tem um legado de conquistas invejável, organizou Fora Collor, lutou e tem lutado nos últimos anos contra os reajustes da tarifa de transporte, conquistou a gestão democrática e a meia passagem intermunicipal, participa de Conselhos importantes tanto no governo estadual quanto nos municípios, portanto tem muita autoridade para debater e lutar por uma escola à altura do país que nós queremos construir”.

UMES: 30 ANOS EM DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA E POR MAIS DIREITOS
A UMES deu provas constantes de sua combatividade no período ditatorial, após a redemocratização, os estudantes obtiveram uma grande vitória. No dia 4 de novembro de 1985, foi aprovada a Lei do Grêmio Livre que, em contraponto aos inoperantes Centros Cívicos, tem autonomia para participar livremente da vida política da escola, além de movimentar a vida cultural, artística e desportiva local. Essa foi a primeira grande bandeira relacionada ao movimento durante a década, tendo em vista o interesse dos estudantes de se libertarem dos centros cívicos.

Em junho de 1988, realizou uma paralisação geral dos estudantes para manifestar-se contra a doação de sete salas de aula pertencentes à Escola Estadual João Tibúrcio a uma instituição privada, repercutindo massivamente na cidade. Ainda nesse período, ocupou a agenda da UMES a reivindicação da contratação de professores para as escolas públicas, diante da falta de profissionais nas instituições de ensino.

Em 1987, por exigência da UMES, a prefeitura instalou uma comissão para coordenar o processo de eleições diretas para diretor das escolas municipais, participando também da coordenação. A entidade teve garantido espaço no Conselho Municipal de Usuários de Transporte, criado em 1989, fruto da sua presença nas questões relacionadas ao tema.

Em agosto de 1992 mais de 10 mil pessoas saíram às ruas de Natal para denunciar a corrupção no governo federal com o movimento Fora Collor, no qual a UMES foi uma das coordenadoras do movimento e responsável também pela presença de milhares de estudantes que engrossaram a manifestação.

Depois de marcar também o enfrentamento ao neoliberalismo de FHC na presidência do Brasil, uma das grandes conquistas recentes dos estudantes do Rio Grande do Norte ocorreu no ano de 2002 com a possibilidade de aprovar a meia passagem intermunicipal para os estudantes. A UMES realizou diversas manifestações, ocupando, no dia 16 de agosto, as galerias da Assembleia Legislativa para a aprovação do projeto, que diante das amplas manifestações populares, conquistou a sanção do projeto pelo governador Fernando Freire.

Já em 2004, os estudantes, à frente APES, UMES, Grêmio do CEFET-RN e DCE da UFRN, derrotaram o projeto de lei conhecido como a “lei dos passes”, que visava restringir o passe a que os estudantes têm direito de 120 para 60 por mês. Entre 2005 e 2006, diversas manifestações foram promovidas pela UMES, APES, UBES e UNE, com objetivo de barrar o aumento da passagem de ônibus. As maiores manifestações nesse período reuniram mais de 3 mil estudantes.

Segundo Pedro, esta é mais uma das entidades que constrói sua história nos marcos da luta cotidiana. “Desde que estive na vice-presidência desta gloriosa entidade até os dias de hoje, participando de seus congressos, rodas de debate e toda mobilização que fomenta o protagonismo da nossa juventude, eu tenho certeza do poder de mudança da UMES-Natal. Vários momentos  são prova disso, inclusive as atuais mobilizações contra o aumento da passagem, são os estudantes à frente de uma entidade cada dia mais forte e mais soberana”, afirma.