O objetivo é realizar propostas efetivas que acabem com o genocídio da juventude negra
Na segunda-feira (22), a CPI da Violência contra Jovens Negros e Pobres da Câmara dos Deputados realizou na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) realizou audiência para ouvir a população paulistana, autoridades de segurança e os movimentos sociais organizados.
Durante a audiência foi entregue um documento da sociedade civil ao presidente da CPI, deputado Reginaldo Lopes (PT/MG), com os dados coletados e o histórico das ações dos movimentos sociais ligados ao tema em São Paulo.
A audiência contou com a participação da UBES, União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES) e diversos outros movimentos sociais. Além disso, os cantores Thaíde, Flávio Renegado e Leci Brandão também participaram das discussões.
De acordo com o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), a CPI foi constituída com objetivo de dar visibilidade para a maior tragédia que o Brasil vive nesse momento, que é o genocídio da juventude pobre e negra.
“O objetivo da CPI, quando abrimos para dialogar com a sociedade, é colher não só denúncias, não só depoimentos de famílias. Porque para nós, não adianta olhar as estatísticas, pessoas não são apenas números. Tem mãe, filhos e filhas, irmãos e irmãs por trás dos números analisados. O que queremos é colocar um pouco de vida no debate sobre a violência que acontece hoje no Brasil”, explicou Orlando.
Segundo aponta a CPI, a capital paulistana sofre com casos de chacinas envolvendo grupos de milícias que continuam sem solução. A esperança é que, ao final dos trabalhos, a CPI apresente um conjunto de propostas que, de forma efetiva, ajudem a mudar esta realidade.
Os estudantes aproveitaram a CPI para protestarem contra a redução da maioridade penal na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP). “Dentro da ALESP, estendemos o bandeirão contra a redução da maioridade penal. Queremos mais escolas, menos cadeias. Queremos acesso a uma educação de qualidade, mais oportunidades e não o genocídio da juventude negra na periferia brasileira”, afirma a presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES), Angela Meyer.
Da Redação.