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#ENETdaUBES: Mesa discute a discriminação nas escolas

Na última mesa desta terça-feira (03/02), do XIII Encontro Nacional de Escolas Técnicas da UBES, o ENET, discutiu sobre “O papel da escola no combate à opressão e qualquer tipo de discriminação”. O debate realizado no auditório da UFRJ, teve a participação da secretária da mulher do município do Rio de Janeiro, Ana Rocha; a coordenadora especial de promoção de políticas públicas de igualdade de Niterói, Tatiara Souza; a professora Silvana Conti, que também representava a União Mundial das Mulheres (UBM);   Maria das Neves, também representando a UBM; Denilson Pimenta, do coletivo Lambeda e representante da juventude da ABGLT; e,  foi coordenado pela diretora de mulheres da UBES, Rose Nascimento.

A secretária mulher do RJ, Ana Rocha trouxe questionamentos e dados importantes para as mulheres. Ela falou, por exemplo, da questão sobre a mortalidade da mulher. “Vocês sabiam que as mulheres, em pleno século XXI, ainda morrem por causas evitáveis no parto? Isso é um reflexo de como a mulher ainda é vista como um ser inferior na sociedade”, comentou.

Aliada a esta ideia, a coordenadora de políticas de igualdade de Niterói, Tatiara Souza, lembrou que as mulheres negras ainda são as que sofrem mais preconceito. E relembrou a importância de se implementar a Lei nº 10. 639/2003, que institui o estudo da história da África nas escolas. “Esta medida é importante para que as pessoas entendam que os negros saíram de sua terra, onde eram reis e rainhas e foram para outro país serem escravos. E entender que mesmo depois da assinatura da Lei Áurea, nada foi feito pelos negros e isso ainda se reflete nos dias de hoje”.

A representante da UBM, Maria das Neves, acrescentou a este fato, o grande números de adolescentes que tem subempregos. “Entre as meninas negras de 16 a 18 anos, cerca de 16% são empregadas domésticas” e ainda mostrou preocupação com o grande números de meninas que param de estudar, porque não tem com quem deixar os filhos pequenos. “Quando estudei no ensino técnico, há 10 anos, nossas bandeiras eram bandejão, armários e assistência estudantil. Ainda estamos lutando por mais assistência e o papel dela é também trazer creches para as meninas poderem continuar a estudar”, disse.

Maria das Neves também convocou a todos e todas presentes no plenário da UFRJ para participaram da grande marcha no dia 8 de março, o Dia da Mulher e para a Marcha das Margaridas, no dia 11 de agosto. A isso acrescentou que a luta não pode parar, já que nos próximos anos temos um Congresso Nacional muito mais retrógrado, com mais ruralistas, evangélicos e empresários. Em 50 anos de república, Senado e Câmara nunca foram tão conservadores.

A mulher como objeto

A professora Silvana, que também representava a UBM, trouxe uma apresentação em slides, onde mostrou como a mulher é “objetificada” até hoje. Numa propaganda dos anos 50, uma moça bonita serve dois homens em um bar. Na foto atual, de uma outra propaganda de cerveja, uma moça magra e atraente, com roupas coladas e barriga de fora, se debruça no balcão de um bar.

A isso soma-se a fala d a secretária Ana Rocha. “A mulher moderna está sobrecarregada. Ela precisa ser bonita, bem sucedida, inteligente, magra e ainda cuidar da casa”.