Reitora do Instituto Federal do Acre (IFAC), professora Rosana Cavalcante, fala sobre passe livre, políticas de expansão de vagas na rede técnica e papel da organização estudantil
UBES: Sobre a expansão da rede técnica, quais as barreiras enfrentadas pelo Instituto Federal do Acre (IFAC) para levar os cursos às regiões mais distantes, como Cruzeiro do Sul, Xapuri, Sena Madureira e Tarauacá?
REITORA IFAC: No tocante, a expansão da rede técnica, a maior barreira foi a interiorização da oferta de cursos nos municípios isolados. Isso pela grande dificuldade de acesso e falta de ferramentas tecnológicas, como internet para viabilizar cursos à distância.
UBES: Como enfrentar essa barreira?
REITORA IFAC: Esse desafio já está sendo vencido. Hoje estamos com campus em todas as regionais e atendemos 10 municípios do Acre com cursos técnicos presenciais e à distância. Para 2015, nossa meta é expandir a oferta de pelo menos um curso técnico em todos os municípios do Estado.
UBES: O ensino técnico para desenvolver as potencialidades regionais, esse foi um dos temas que norteou o I Encontro de Escolas Técnicas da UBES na Região Norte, sediado no Acre durante o mês de julho. Atualmente, existe algum respaldo do IFAC para esta pauta?
REITORA IFAC: A oferta de cursos no Instituto busca atender as demandas locais, com base nas potencialidades regionais. Antes de abrirmos cursos regulares e também de formação inicial e continuada, estudamos o Plano de Desenvolvimento da Regional, o Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE do Acre – e dialogamos com instituições públicas e privadas. Um bom exemplo é a instalação neste momento do campus Tarauacá, onde a definição dos cursos contou com a participação da comunidade, bem como do estudo dos arranjos produtivos locais.
UBES: Assistência Estudantil é um dos pontos debatidos no XIII Encontro Nacional de Escolas Técnicas que a UBES realizará de 1º a 4 de fevereiro. No evento os estudantes acreanos do ensino técnico incluirão a garantia da tarifa reduzida de R$ 1, valor que atualmente contempla apenas estudantes do ensino regular. Qual posicionamento da rede federal diante desta necessidade?
REITORA IFAC: O Instituto Federal é a favor do tratamento igualitário dos alunos, incluindo a questão da tarifa para os estudantes do ensino técnico.
UBES: Políticas de combate a toda forma de opressão são cada vez mais desenvolvidas. No IFAC há algum projeto que enfrente a prática do racismo, homofobia, machismo, xenofobia e qualquer tipo de preconceito?
REITORA IFAC: Estes temas são continuamente tratados nas atividades educativas em todos os campi. Inclusive no ano passado firmamos parceria com a Prefeitura da capital na campanha “Rio Branco sem Racismo”.
UBES: O movimento estudantil tem espaço na rede técnica? Como a reitoria enxerga a participação dos estudantes em espaços de decisão dentro das escolas.
REITORA IFAC: Da mesma forma que os alunos das universidades possuem seus espaços de discussão e construção coletiva, os estudantes dos Institutos também devem possuir as suas. No IFAC temos a composição do Conselho Superior, órgão máximo da Instituição, no qual os alunos possuem duas cadeiras de titulares e duas de suplentes. Eles podem com isso deliberar a aprovação de documentos normativos, bem como contribuem para trilhar os rumos do IFAC. Precisamos de um movimento estudantil organizado, que possa contribuir com as políticas educacionais da instituição. Por isso estamos estruturando em todos os campus do IFAC, o Centro Acadêmico (CA), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e o Grêmio Estudantil.
A Professora Dra. Rosana Cavalcante dos Santos possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal do Acre – UFAC, Especialista em Engenharia Ambiental e Saúde Pública pela Universidade de São Paulo – USP. Possui Mestrado em Agronomia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP e Doutorado em Agronomia também pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP. Perita Ambiental – CREA -RN. É professora de Agroecologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre – IFAC. Foi coordenadora de Pós-graduação do IFAC, coordenadora de Pesquisa, Inovação e Extensão do Câmpus Rio Branco e fundadora do Centro Vocacional, Tecnológico de Referência em Agroecologia e Produção Orgânica do Acre – CVT Agroecologia. É Líder do Grupo de Pesquisa – NEEACRE, com atuação, principalmente, na área de Agroecologia e Agrobiodiversidade, Gestão e Manejo de Resíduos Sólidos, Manejo Ecológico dos Solos, Planejamento Urbano e Gestão de Riscos Ambientais.