Em ritmo de expectativa pelos debates e atividades culturais que devem acontecer no 4º Encontro Nacional de Grêmios, junto à Bienal da UNE ampliada para Festival dos Estudantes, o 1º Diretor de Grêmios da UBES, Marcos Adriano, contou o que os estudantes podem esperar do evento que acontece em Salvador (BA) no mês de fevereiro.
O encontro acontece em início de novo governo federal, de Jair Bolsonaro (PSL), que já fez diversas declarações que põem em risco a educação pública, gratuita e de qualidade. As atividades do evento serão cruciais para garantir os rumos do movimento estudantil e a luta pela manutenção dos direitos dos estudantes brasileiros. Marcos, estudante de Porto Alegre, também explica a importância da atuação dos gremistas neste novo ano – que promete ser de resistência. Dá uma olhada na entrevista completa.
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O que os gremistas podem esperar do 4º Encontro Nacional de Grêmios?
Podem esperar muito debate sobre os rumos da educação e do Brasil. As milhares de lideranças estudantis terão uma grande oportunidade de oxigenar a luta e fortalecer nossa organização diante dos ataques anunciados pelo próximo governo.
O tema desta edição é “A organização estudantil na resistência democrática”. O que mais deve ser debatido com os estudantes no evento?
O tema do ENG diz muito a respeito do que precisamos e vamos discutir em Salvador. O recém eleito presidente Jair Bolsonaro tem sinalizado que vai atacar em cheio a educação no Brasil, por isso discutir nossa organização é crucial. Mas, além disso, haverá muito debate sobre o financiamento da educação, democracia, BNCC e ciência e tecnologia por exemplo. E, claro, muita atividade cultural.
Qual a importância dos grêmios num cenário em que a educação está na mira do novo governo?
O Grêmio Estudantil é um instrumento de luta indispensável na luta pela manutenção dos direitos conquistados e na busca por mais conquistas. No próximo período cada grêmio estudantil organizado e forte será uma trincheira de resistência contra os inimigos da educação.
Quais os maiores desafios aos grêmios para ampliar o debate com os estudantes?
O grande desafio passa primeiro por se organizar num momento difícil em que existe uma pressão muito forte de censurar a educação através da Lei da Mordaça. O cenário nos exige discutir cada vez mais os problemas não só da nossa escola, mas também de outros temas que estão em xeque no país, como nossa democracia, por exemplo.
O futuro governo Bolsonaro já mencionou propostas como educação a distância e militarização do ensino. Isso pode prejudicar os gremistas?
Sem dúvida! Não só a galera que atua nos grêmios, como todos os atores da educação brasileira. O único projeto de Bolsonaro para a educação é fazer com que ela atenda às exigências do mercado, e para isso ele quer destruir a escola brasileira, impedindo a discussão na sala de aula e ofertando vagas à distância. Um ataque brutal de quem desconhece os problemas da educação brasileira.
Você tem alguma dica aos representantes dos grêmios, sobre como eles podem se organizar após os debates no ENG?
Todo estudante que for ao ENG sairá de lá com uma disposição gigantesca de combater todo e qualquer ataque a educação. A principal dica é debater, trocar experiências e chamar mais estudantes para engrossar as fileiras dos grêmios estudantis em todo país. O ano de 2019 será marcado por grandes lutas e precisamos de um verdadeiro exército secundarista ocupando cada palmo de chão do Brasil para confrontar aqueles que querem atacar as conquistas do povo brasileiro.