Nesta terça (30), a comunidade de Armação de Búzios (RJ) estará concentrada na prefeitura, a partir das 16h, para exigir que a administração reveja a decisão de fechar o último Ensino Médio noturno da cidade, no Colégio Municipal Paulo Freire. A escola também diminuiu expressivamente a capacidade diurna, abrindo apenas uma sala com 37 vagas para o primeiro ano.
A surpresa e revolta de professores, estudantes e pais é visível na movimentação intensa no município fluminense desde que a notícia veio à tona, em 19 de janeiro. Não era para menos: os estudantes do noturno, jovens que trabalham durante o dia, já estavam matriculados e aguardavam o início das aulas.
A luta da comunidade escolar encheu as ruas do centro de Búzios no dia 22 de janeiro e conseguiu uma consulta pública na Câmara dos Vereadores, dia 25. Só faltou a prefeitura: nenhum representante recebeu os manifestantes, tampouco compareceu à audiência, mesmo com a recomendação da promotoria pública.
Durante a emocionante consulta pública, Olívia Santos, mãe de um estudante, parecia expressar a indignação absoluta dos presentes com tamanho descaso:
“Eu não aguento mais políticos que vêm pedir voto na época da eleição e que não pensam no coletivo. Os filhos deles estão lá na escola particular e querem acabar com a escola pública dos nossos filhos!”
Apesar da gestão de André Granado (PMDB) negar que esteja fechando escolas, a comunidade percebe ano a ano a derrocada do ensino público, que em 2017 deixou de ser oferecido também no Instituto de Educação e Formação Integral Judite Gonçalves (INEFI). A única escola estadual da cidade, João de Oliveiras Botas, é apontada como solução pela prefeitura. Mas a população sabe que ela já está cheia.
“No ano passado a Secretaria de Educação me passou para outro município por falta de vagas na escola estadual”, relata Débora, de 20 anos, que tenta terminar o 3º ano. Pela distância até Cabo Frio, ela não conseguiu frequentar o colégio.
Não há nenhuma citação na Constituição ou Lei de Diretrizes e Bases que responsabilize apenas os estados pelo Ensino Médio.
“O problema não é individual, de um jovem que parou de estudar. É social, coletivo, é um problema de saúde e de segurança pública. Falamos de mais de 60% da população jovem [fora da escola em Búzios]”, protestou a professora Luisa Barbosa na Câmara dos Vereadores. Ela foi direta:
“A evasão é um problema que em nossa cidade está sendo tratada como solução para equilíbrio de contas, cortes de gasto. E essa postura tem consequência, não é preciso ser sociólogo para saber. Quem fecha turnos, abre cadeias.”
A comunidade divulgou o manifesto Paulo Freire, pela revogação do fechamento, e batalha por uma audiência pública com presença da prefeitura.
VÁ AO ATO
Onde: Na prefeitura de Búzios
Quando: Terça-feira, 30 de janeiro, 16h
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