Desconexão com a realidade parece ser uma marca do Ministério da Educação desde que Abraham Weintraub assumiu a pasta, chamando nossas universidades e institutos de “balbúrdia”. Representante ideológico do bolsonarismo, ele se distancia cada vez mais da democracia e do conhecimento. Só que, num momento gravíssimo como o atual, o MEC precisa ainda mais de ações urgentes e concretas! Entenda:
1.Articular novo Fundeb
O principal fundo da educação básica acaba este ano! Mas até agora o MEC não se preocupou com o assunto importantíssimo. Lembrando que, sem este fundo, a escola pública entra em colapso. Leia mais sobre o Fundeb.
2. Garantir merenda durante a pandemia
Muitos estados e municípios criaram soluções para garantir a merenda durante a pandemia, mas 7 milhões de estudantes ainda estão sem receber à alimentação escolar a que têm direito, e muitos outros com vales ou merendas insuficientes.
3. Estudar datas adequadas para o Enem
Só dialogando com as redes de ensino e comunidades escolares o MEC pode auxiliar em soluções para o ano letivo e compreender a melhor data para a prova, que é a principal porta de entrada à universidade.
4. Criar mecanismos contra exclusão digital
Como fazer aulas online ou até mesmo a inscrição no Enem sem internet? São 70 milhões de pessoas nesta situação no Brasil, com nenhum ou pouco acesso à internet. Isso agora é um problema do MEC. Sem falar que já passou da hora da escola pública brasileira sair apenas da lousa e chegar ao século 21.
5. Coordenar um plano nacional para a pandemia
Todas as opções anteriores seriam resolvidas se o MEC se reunisse com secretarias estaduais de Educação para encontrar soluções em conjunto. Cada estado vive essa crise como pode, sem uma orientação nacional. “A gente nunca se reuniu com o MEC, numa crise como essa”, disse o representante do Consed Felipe Camarão, no ato virtual da UBES no dia 15 de maio.
1. Desrespeitando a democracia
É do ministro da Educação a frase mais passível de crime de toda a balbúrdia que foi a reunião ministerial de 22 de abril: “Botaria esses vagabundos todos na cadeia, começando pelo STF”. Ele já foi chamado a depor ao Supremo Tribunal Federal (STF).
2. Desrespeitando a pluralidade do Brasil
O vídeo divulgado da mesma reunião mostra outros absurdos tido pelo ministro, como o total desrespeito e desentendimento à diversidade: “Odeio povos indígenas”. Está ainda mais claro por que ele não quer a diversidade e a pluralidade dentro da nossa escola.
3. Enviando projeto na surdina
Sem anúncio ou diálogo, o governo enviou para o Congresso um Projeto de Lei para implementar o “Future-se”, no meio dessa crise. Este projeto prevê que universidades e institutos vendam até o seu nome para marcas, em vez de contar com investimento público para realizar pesquisas de interesse público.
4. Postando xenofobia
Em vez de criar soluções para a crise do coronavírus, Weintraub foi ao twitter ridicularizar chineses, crime de racismo pelo qual também responde ao STF.
5. Reforçando desconhecimento sobre políticas públicas
Primeiro, Weintraub disse que o Enem não deveria corrigir injustiças sociais. Agora, quer resolver a nova data da prova por meio de uma enquete com inscritos! Especialistas insistem que o cronograma precisa ser conversado com as escolas, universidades e secretarias, de acordo com as adaptações do ano letivo.