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Grito pela educação fecha a Avenida Paulista com mais de 50 mil pessoas

Mais de 50 mil pessoas se concentraram no MASP  e fecharam a Avenida Paulista, no maior ato já realizado contra reestruturação da rede estadual de escolas, e que até agora já anunciou o fechamento de 94 escolas e diversas salas do período noturno, em todo o estado.

O ato marcou o lançamento do movimento “Grito pela  Educação Pública de Qualidade”,  que é composto pela  APEOESP (Associação dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo), CUT, Central de Movimentos Populares (CMP), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e as entidades do movimento estudantil, UBES, UPES, UEE-SP e UNE.

Maria Izabel Noronha, presidenta da APEOESP, contou que o movimento unificado é um sonho antigo da Associação e só foi possível com a construção conjunta com as outras organizações.

O MST ofereceu total apoio para a luta pela educação. Construir manifestações, greves e  fechar estradas para conscientizar sobre a importância dessa mobilização

Maria Izabel Noronha presidenta da APEOESP

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Gilmar  Moura, do MST,  acrescentou que a educação é um direito, e com a sua negligência torna-se um problema de todos. “Não podemos admitir o fechamento de escolas na capital, no interior e no campo. Devemos ampliar o movimento para além desse final de ano, quando começar as aulas também”, disse.

ESTUDANTES EM LUTA

Angela Meyer, presidenta da UPES, acrescentou que se confirmar a situação, o movimento estudantil irá ocupar as 94 escolas fechadas no ano que vem. “A ideia é criar um movimento em defesa da educação, com os trabalhadores e seus filhos em uma luta unificada contra os muitos problemas que temos. Não se trata só de combater a reorganização ou o Plano Estadual da Educação, mas de exigir educação de qualidade”, defendendo a criação do “Grito pela Educação”.

Em frente ao prédio da Secretaria  Estadual De Educação, na República, foi realizado um ato político e anunciada uma nova assembleia e manifestação – incluindo um acampamento  em frente ao Palácio do Bandeirantes, sede do governo,  no dia 10 de novembro.

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Além de diversas escolas da capital, caravanas e grupos de outras cidades do estado, construindo o movimento.

Aline Vieira Santos, é estudante de Osasco, e afirma que na cidade da Grande São Paulo serão fechadas duas escolas e com isso todo a comunidade será afetada. “Diversas mobilizações já aconteceram na cidade e agora com o anúncio oficial, novas serão marcadas”, disse.

Para Rita Leite Diniz, professora do ensino fundamental da cidade de Salto, a 100 km de distância da capital, que está na rede há 29 anos, se anuncia o mesmo cenário de 1995, quando professores foram despejados de suas escolas, e não sabiam para onde ir. “Só em Salto, ficamos sabendo de 5 períodos noturnos que serão fechados e ninguém sabe o destino dos professores e estudantes.  Sabemos que a história de transferência de até 1,5 km da casa é mentira, que colocarão estudantes para unidades distantes, que não há nem transporte público para chegar”, contou.

 CONTRADIÇÕES

O caso do estudante Rafael Isaias,  do ensino médio de Campinas, é o mesmo de outros secundaristas. O fechamento da sua escola foi anunciado – a Sebastião Ramos Nogueira – na lista divulgada essa semana pela Secretaria, e fala da falta de transparência e insegurança que vivem os alunos e professores. “Não sabemos de nenhuma possibilidade ainda. E o que nos revolta que toda a comunidade dos pais, professores e estudantes será afetada, além da escola ter boa estrutura que atende toda a região”, disse Isaias.

Segundo informações da Secretaria, essa unidade será destinada para a prefeitura ou para o Centro Paula Souza, informação que é desmentida pela APEOESP, uma vez que sabe-se que existem cortes de turmas nas ETEC´s e FATEC`s para o próximo ano, ou seja , não há investimentos previstos para ensino técnico e tecnológico.

Por Sara Puerta, da UEE.